Doenças uterinas em vacas leiteiras : ocorrência, características metabólicas e reprodutivas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Gonçalves, Rodrigo Schallenberger
Orientador(a): Diaz Gonzalez, Félix Hilário
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/193448
Resumo: As doenças uterinas em vacas leiteiras podem ser classificadas como a retenção de placenta, metrite, endometrite clínica e endometrite subclínica. A metrite consiste em uma reação inflamatória severa que envolve todas as camadas do útero com presença de corrimento vaginal fétido de coloração marrom avermelhada que pode ocorrer até três semanas pós-parto. Esse distúrbio pode ser classificado em metrite puerperal aguda que se caracteriza por apresentar sinais sistêmicos da doença e metrite clínica sem sinais sistêmicos da doença. Endometrite em vacas leiteiras tem sido definida como uma inflamação do endométrio ocorrendo 21 dias ou mais após o parto, sem sinais sistêmicos da doença. Essa doença pode ocorrer na forma clínica e na forma subclínica. As doenças uterinas pós-parto são importantes por razões de bem-estar animal e produção animal, já que elas contribuem para o desconforto e para a eliminação da vaca do rebanho. Esse estudo foi conduzido em nove propriedades leiteiras comerciais localizadas na Serra Gaúcha, Rio Grande do Sul, Brasil, de setembro de 2016 até novembro de 2017. No total, 393 vacas leiteiras imediatamente após o parto da raça holandesa (126 primíparas e 267 multíparas) foram incluídas nesse estudo, sendo 203 animais em sistema de produção de confinamento com acesso ao pasto e 190 animais em sistema de produção de confinamento. As fazendas leiteiras tinham em média 45 vacas em lactação e eram ordenhadas duas vezes ao dia com média de produção de leite em 305 dias de 9.500 kg/vaca para o sistema condenado com acesso ao pasto e 10.700 kg/vaca para o sistema confinado. O sistema confinado com acesso ao pasto foi composto por cinco propriedades e era caracterizado pelo acesso à pastagem rotativa, enquanto o sistema de confinamento foi composto por quatro propriedades sem acesso à pastagem. Para determinar a frequência de doenças uterinas clínicas foi realizado o diagnóstico do conteúdo vaginal em todos os animais do estudo utilizando o dispositivo Metricheck, para o diagnóstico de endometrite subclínica foi realizada a citologia uterina mediante cytobrush. As doenças metabólicas foram diagnosticadas através da análise bioquímica do soro. Os ovários foram avaliados quanto à presença de corpo lúteo e presença de folículos, na sétima semana pós-parto 345 animais iniciaram o mesmo protocolo de inseminação artificial em tempo fixo. O estudo diagnosticou doenças uterinas, doenças metabólicas e a suas correlações e avaliou a taxa de concepção no primeiro serviço dos rebanhos. As prevalências das doenças uterinas foram 18,3% de retenção de placenta, 32,3% de metrite, 40,1% de endometrite clínica e 37,1% de endometrite subclínica. A incidência de metrite na primeira semana pós-parto foi de 22,6%, na segunda semana pós-parto foi de 8,6% e na terceira semana pós-parto de 1%. A incidência de endometrite clínica foi de 33,7%, 5,3% e 2,5% na primeira, segunda e terceira semana pós-parto respectivamente. E a endometrite subclínica apresentou uma incidência de 22,9% e 14,2% na quarta e sexta semana pós-parto respectivamente. As taxas de concepção no primeiro serviço não se diferiram entre as vacas que apresentaram doenças uterinas quando comparadas com vacas saudáveis. Parâmetros metabólicos têm efeito mais pronunciado na retenção de placenta e na metrite no desenvolvimento de doenças uterinas. As primíparas em confinamento com acesso ao pasto tiveram índices de gestação na primeira inseminação artificial reduzidos em relação as primíparas em sistema de confinamento. Apenas a endometrite clínica causou uma tendência de pior desempenho reprodutivo. Mais estudos devem ser conduzidos para avaliar o efeito do sistema de produção na região do Rio Grande do Sul.