Comunidades vegetais em área de reserva legal associada à produção agrícola no Bioma Cerrado, Mato Grosso do Sul

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Caumo, Monique
Orientador(a): Fior, Claudimar Sidnei
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/287924
Resumo: Composto de elevada diversidade, o bioma Cerrado perdeu metade de seu território. Através das Reservas Legais (RL) é possível atenuar a conversão dos remanescentes, que, todavia, ficam sujeitos a efeitos da matriz adjacente. O objetivo deste estudo foi analisar a composição e a estrutura de comunidades vegetais em áreas de RL com e sem influência agrícola no Mato Grosso do Sul (MS). Selecionamos duas áreas de cerrado sensu stricto (CSS), uma adjacente a lavouras (L) e outra isolada (C), onde instalamos parcelas em níveis: Borda (E), Intermediário (M) e Interior (I) e avaliamos a estrutura lenhosa, herbáceo-arbustiva e composição florística. Medimos parâmetros edáficos, como o pH, carbono orgânico total (COT), matéria orgânica (MO), capacidade de troca catiônica (CTC) e nutrientes; cobertura de Filgueirasia arenicola (McClure) Guala e Urochloa sp. P.Beauv; estrutura lenhosa, riqueza arbórea (SA), densidade total (DT) e diâmetro (D); e estrutura herbáceo-arbustiva, riqueza (SH) e cobertura de espécies nativas (CN). Confrontamos áreas de acordo com a riqueza e composição, mediante análise de NMDS, redundância e curvas de rarefação. Comparamos níveis e áreas segundo análise de componentes principais, de variância e regressão múltipla. A florística foi determinada pelo método caminhamento. As áreas diferiram em riqueza e composição. O estrato lenhoso de E diferiu de M e I em ambas áreas. O estrato inferior em E foi diferente de M e I na área L; enquanto em C, I diferiu de E e M. Na L, E recebeu efeito do Al e Urochloa sp. em ambos estratos e obteve menor DT e pH, e maior D; M e I direcionaram-se à F. arenicola e à DT. A área C vinculou-se à MO, CTC e COT, sem padronização conforme níveis. Sobre a estrutura lenhosa, SA diminuiu conforme COT e Al, e aumentou com o Mg; D foi elevado pelo COT e reduzido pelo pH; e a DT diminuiu conforme cobertura de Urochloa sp. e COT. Sobre a estrutura herbáceo-arbustiva, SH foi menor na E de L, aumentando conforme DT e diminuindo por efeito de Urochloa sp; e a CN foi reduzida por DT, D e Mg. O levantamento florístico registrou 384 espécies, 241 gêneros e 74 famílias. O estrato inferior compreendeu 67% da riqueza em ambos fragmentos, enquanto arbóreas concentraram 28%. Listamos quatro novas ocorrências para o MS, 54 espécies endêmicas do Brasil, 29 endêmicas do Cerrado, seis com algum grau de ameaçada e sete exóticas. A estrutura e composição da área contigua às lavouras encontram-se alteradas pela presença de Urochloa sp., atribuída à atividade agrícola e que reduziu a DT e a SH, tornando necessário seu controle e monitoramento. Todavia, as áreas apresentaram elevada riqueza, com composição e representatividade florística típica de CSS, demonstrando a importância da manutenção de RLs na conservação da flora do Cerrado.