Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Marmitt, Laura |
Orientador(a): |
Maia, Ana Luiza Silva |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/230680
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Resumo: |
O rastreamento genético identifica carreadores assintomáticos da mutação no proto-oncogene RET, que estão sob risco de desenvolver o câncer medular de tireoide (CMT) hereditário, possibilitando a tireoidectomia precoce e o aumento nas taxas de cura. Contudo, ainda existem controvérsias sobre o momento ideal da realização da tireoidectomia profilática. O objetivo deste estudo é descrever os achados clínicos e oncológicos dos carreadores da mutação no proto-oncogene RET diagnosticados na infância e início da vida adulta em acompanhamento na nossa instituição, bem como avaliar o impacto da idade da tireoidectomia no status da doença a longo prazo e quais os fatores associados a doença persistente. Foi realizado um estudo de coorte incluindo pacientes com NEM2A diagnosticados com idade menor ou igual a 25 anos. Os dados foram obtidos através de revisão de prontuários médicos. O desfecho primário foi o status da doença ao final do seguimento, classificado em resposta excelente, resposta bioquímica, resposta estrutural ou óbito. Foram incluídos 66 pacientes, sendo 47 (71.2%) diagnosticados pelo screening genético (grupo SG) e 19 (28.8%) diagnosticados através de doença clínica (grupo DC). A média de idade ao diagnóstico foi de 12.6 ± 6.7 anos e 65.2% eram do sexo feminino. A mutação mais frequente foi no codon 634, correspondendo a 84.8% dos casos. A mediana (p25-75) da calcitonina basal foi de 29.0 pg/mL (7.4 – 71.6 pg/mL). Cinquenta e oito pacientes foram submetidos à tireoidectomia total, enquanto oito pacientes estão em seguimento clínico. A idade média (±DP) da tireoidectomia foi maior no grupo DC (13.5 vs 18.1 anos, p 0.006). O tamanho do tumor variou de 0.1 a 3.5cm, com uma mediana 2.0cm (0.5-2.7) no grupo DC vs 0.6cm (0.3-1.0) no grupo SG – p0.052. Em relação ao TNM (8ª edição), 40 (75.4%) pacientes tinham doença estagio I, 6 (11.3%) estagio II, 1 (1.9%) estagio III, 3 (5.7%) estagio IVA e 3 (5.7%) estagio IVC. Os dados de seguimento mostram que, após uma média de 13.1 ± 7.8 anos de acompanhamento, 94.7% dos pacientes do grupo SG encontram-se livres de doença baseados no exame físico, ecografia cervical e níveis indetectáveis de calcitonina sérica. No grupo DC, 10/17 (58.8%) pacientes foram classificados com resposta excelente, 1 (5.9%) resposta bioquímica, 5 (29.4%) doença estrutural e 1 (5.9%) paciente foi a óbito. Análise da curva ROC para avaliar a performance da calcitonina pré-operatória (preCTN) como preditor de doença persistente resultou em uma área sob a curva de 0.87 [IC 0.75–0.99], e um valor de preCTN 42.5 pg/mL foi determinado como melhor ponto de corte com sensibilidade de 100% e especificidade de 69%. Em conclusão, apesar de nossos pacientes terem sido submetidos à tireoidectomia em uma idade mais tardia do que a recomendada pelas diretrizes atuais, a maioria se encontra livre de doença após um tempo de seguimento prolongado. Sabendo que a evolução da doença apresenta características individuais, nossos resultados reforçam a possibilidade de retardar o tratamento cirúrgico em pacientes carreadores da mutação RET que possuam níveis baixos de calcitonina sérica. |