A invisibilidade do gênero nas discussões das mulheres professoras de matemática

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Souza, Juliana Boanova
Orientador(a): Loguercio, Rochele de Quadros
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/212979
Resumo: Esta dissertação tem como objetivo investigar e problematizar como o processo de generificação da Matemática está sendo produzido nos discursos das professoras de Matemática de uma Universidade do Rio Grande do Sul. Para isso, percorro quatro caminhos da pesquisa: primeiramente mostro como foi dada históricamente a contrução da inferioridade feminina, e como essa inferioridade está imbricada com questões biológicas; o segundo caminho baseia-se em uma análise de periódicos onde constato a inexistência de trabalhos que abordem juntamente a Matemática e o gênero; terceiro, analiso as falas do grupo focal, onde relato a invisibilidade de questões de gênero nos discursos das docêntes; e, por fim, faço uma análise documental no documento da UNESCO intitulado “Decifrar o código”, que relata como está sendo a inserção das mulheres nas áreas de Ciências, Tecnologias, Engenharias e Matemática ao redor do mundo. Nesta pesquisa de cunho pós crítico, utilizamos o gênero como categoria de análise, e abordamos questões que surgiram do grupo focal como a verdade da Matemática, o erro na Matemática e o perfil dos estudantes ingressantes em Licenciatura em Matemática no Brasil. Na análise dos discursos das Licenciadas, percebi a invisibilidade do gênero presente nas questões abordadas, o que legitima que a inserção das mulheres na Matemática pode ser vista como uma migração do privado para o público. Considero que há um processo histórico de produção de discursos sobre a inferioridade feminina que de diferentes formas, em diferentes tempos, com diferentes práticas interditou a presença das mulheres em lugares de saber poder e, assim, a possibilidade destas mostrarem o quão inconcebível é a diferenciação desigual das capacidades intelectuais baseadas no sexo, ou no gênero. Por conseguinte, esse processo segue sendo invisibilizado e as mulheres seguem afirmando o padrão masculino e também reforçando o perfil Matemático, sendo ele visto como neutro, puro e verdadeiro.