A temperança como base para a construção do caráter virtuoso na Ética nicomaqueia de Aristóteles

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Figueiredo, Guilherme Galvão de
Orientador(a): Spinelli, Priscilla Tesch
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/212732
Resumo: A Ética Nicomaqueia pode ser vista como uma série de lições a respeito das ações humanas com o objetivo de esclarecer em que consiste a eudaimonia, ou seja, qual é a melhor vida que podemos viver. A obra apresenta uma série de virtudes e tenta mostrar, em sua maior parte, o caráter do agente virtuoso – aquele que pratica a virtude – como um exemplo a ser seguido. No entanto, pouca coisa é dita explicitamente a respeito de como iniciamos o processo de construção de um caráter virtuoso, exceto nos apontar que esse processo começa com a habituação na virtude moral. A presente investigação tem como objetivo compreender como é o início do processo de construção de um caráter virtuoso, passando por diferentes trechos da obra para tentar entendê-lo, pois nada é dito diretamente a respeito disso. Para cumprir com esse objetivo, primeiramente será feita uma análise a respeito da caracterização da eudaimonia, com que tipo de vida ela é identificada e sua relação com o prazer, que em um primeiro momento parece ser algo ruim, mas depois mostra-se como um componente da vida feliz. Em um segundo momento será feita uma análise a respeito das ações humanas e suas motivações, pois o processo de construção de um caráter virtuoso passa por ações repetidas em uma mesma direção. E por último, será proposta uma hipótese para o início do processo, dando importância para o cultivo da temperança como a primeira virtude a ser visada ao iniciarmos a educação moral desde a infância. Como as crianças ainda não desenvolveram plenamente seu aparato cognitivo e suas motivações são basicamente formadas por instintos de sobrevivência ligados ao prazer, como comer e beber, a temperança parece ter um papel importante para regular essa busca por prazer que faz parte da nossa natureza animal.