Vocalização e velarização de /l/ em CODA : o papel da diacronia na estruturação da gramática a partir da análise do português brasileiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Hahn-Nonnenmacher, Laura Helena
Orientador(a): Battisti, Elisa
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/201499
Resumo: No português brasileiro (PB), a vocalização da lateral /l/ em posição final de sílaba é um fenômeno já estabelecido na fala das grandes cidades brasileiras (LEITE; CALLOU; MORAES, 2007; TASCA, 2000; ESPIGA, 2001; COLLISCHONN; QUEDNAU, 2008; COSTA, 2003). Em algumas comunidades do Rio Grande do Sul, no entanto, vocalização alterna com velarização da lateral no mesmo ambiente (TASCA, 2000; ESPIGA, 2001) e considera-se que a velarização seja uma das etapas do processo de alteração da lateral que antecede a vocalização (TASCA, 2000). Essa hipótese comprova-se em outras línguas, uma delas o inglês. Segundo Bermúdez-Otero (2007), as regras de vocalização e velarização encontram-se em estágios distintos de maturação. Bermúdez-Otero (2007) apresenta argumentos para atestar que, no inglês, o processo de velarização é mais antigo que o de vocalização e que, por isso, este é aplicado em domínios gramaticais maiores. A velarização é uma regra categórica, e não gradiente, como é a vocalização. A análise do inglês ilustra a proposta de Bermúdez-Otero (2007), que é de uma teoria geral sobre o modo como processos fonéticos adquirem caráter fonológico e, depois, passam a ser registrados nas formas subjacentes; em outras palavras, atribui papel à diacronia na estruturação da gramática. O presente trabalho aprofunda o entendimento dessa proposta a partir do exame do comportamento da lateral pós-vocálica no PB. Além disso, busca esclarecer a linha de análise de Bermúdez-Otero (2007) e investigar, em diferentes estudos sobre a vocalização de /l/ no PB, evidências de 'etapas' do processo, da gradiência fonética à interação com a morfologia e a categoricidade do processo. Esta tese realiza testes de percepção e avaliação de realizações consonantais e vocalizada de /l/ em coda, conforme Hayes (1998) e Hall-Lew e Fix (2012), com que se verifica que o processo de vocalização da lateral não é sensível a nenhum tipo de controle morfológico e se confirma o que a revisão bibliográfica aponta, que a vocalização da lateral no PB encontra-se na Fase II do ciclo de vida da mudança sonora.