Variabilidade da descarga em sistemas fluviais - Formação Jaicós, Grupo Serra Grande, Siluriano da Bacia do Parnaíba, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Manna, Monica Oliveira
Orientador(a): Scherer, Claiton Marlon dos Santos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/265831
Resumo: A Formação Jaicós, unidade superior do Grupo Serra Grande, Siluriano da Bacia do Parnaíba, aflora ao longo de uma estreita faixa N-S na porção leste da bacia, e compõem depósitos de origem fluvial. No entanto, apesar de possuir afloramentos amplos e lateralmente contínuos, esta unidade é pouco compreendida em termo da arquitetura fluvial, devido a carência de estudos faciológicos e arquiteturais de detalhe. Nos últimos anos, estudos que envolvem a análise de alta-resolução de depósitos fluviais, reconhecimento de estilos fluviais distintos, e compreensão da alternância de depósitos fluviais através do tempo e espaço têm sido desenvolvidos com o objetivo de elucidar como fatores alogênicos e autogênicos controlam a sedimentação em sistemas fluviais. Através de uma análise faciológica e arquitetural de alta-resolução, foram definidas oito litofácies, as quais compõem oito elementos arquiteturais. Esses elementos, por sua vez, se enquadram em dois estilos fluviais distintos: (1) Estilo Fluvial de Baixa Variabilidade da Descarga – são caracterizados pelo predomínio de formas de leito com cristas retas a sinuosas, caracterizando barras de acresção frontal (simples e composto) e dunas agradacionais subcríticas. Esses elementos sugerem deposição em condições de baixa variabilidade da descarga, cujas formas de leito migram e acrescem a partir de enchentes sazonais, vinculados a fluxos subcríticos, estáveis e perenes; (2) Estilo Fluvial de Alta Variabilidade da Descarga - compreende formas de leito sigmoidais de pequeno a grande porte e depósitos de antidunas, com empilhamento e morfologias complexas, depositadas por fluxos transcríticos a supercríticos, de natureza instável, e sugerem condições de alta variabilidade da descarga, em que a energia do fluxo varia por pulsos da descarga durante eventos de enchentes (interanuais?). Os depósitos de baixa variabilidade ocorrem na base da sucessão sedimentar e são sobrepostos concordantemente pelos depósitos de alta variabilidade da descarga, relação estratigráfica verificada em pelo menos dois afloramentos. A existência de dois estilos fluviais com descargas variáveis, o predomínio de elementos arquiteturais de acresção frontal, dunas agradacionais, e formas de leito laminadas (antidunas), depositados por condições de fluxo altamente variáveis, ausência de depósitos de overbank, e canais multi-storey que apresentam um padrão dispersante para NENW são fatores que sugerem deposição da Formação Jaicós relacionada a canais fluviais entrelaçados com altas taxas de avulsão, cuja arquitetura fluvial reflete amplamente a variabilidade da descarga, controlada pelo clima.