Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Souza, Ana Cláudia de |
Orientador(a): |
Chaves, Marcia Lorena Fagundes |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Palavras-chave em Inglês: |
|
Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/232440
|
Resumo: |
Contexto e objetivo – Em 2015, foi comprovado o benefício da trombectomia mecânica (TM) para o Acidente Vascular Cerebral isquêmico (AVCI) secundário à oclusão de grande vaso (OGV) proximal da circulação anterior com dispositivos de nova geração. Sabe-se que o tratamento está atrelado a altos custos e necessita de uma infraestrutura e de uma equipe multidisciplinar bem qualificada e treinada, havendo incertezas se o tratamento é benéfico, exequível e custo-efetivo no sistema público de saúde brasileiro. O estudo RESILIENT foi realizado para responder a essas dúvidas e, como resultado, demonstrou o benefício clínico da TM para os casos de AVCI com OGV proximal da circulação anterior no contexto do Sistema Único de Saúde (SUS). Com a finalidade de entender se o tratamento também é custo-efetivo, no âmbito do SUS, para a fim de, posteriormente, pleitear sua incorporação no rol de procedimentos, foi realizada esta avaliação econômica para averiguar a custo-efetividade da TM realizada nos hospitais públicos que fizeram parte do estudo RESILIENT. Métodos - Uma análise de custo-utilidade, utilizando a metodologia por microcusteio, foi aplicada para comparar os custos e as utilidades entre os braços de intervenção TM mais cuidado médico padrão (CMP) (n = 78) vs. CMP isoladamente (n = 73), sendo a amostra oriunda do estudo RESILIENT (151 de 221 pacientes). Os custos diretos foram considerados e as utilidades de cada paciente foram imputadas de acordo com a pontuação na escala de Rankin modificada e ponderada pela utilidade (UW-mRS). Um modelo de Markov foi estruturado para estimar custos e desfechos em saúde para um horizonte de vida. Os custos foram convertidos em dólares internacionais (I$) pela Paridade de Poder de Compra (PPP) em 2020. Uma taxa de desconto de 5% ao ano foi usada para custos e desfechos. Foi adotado o limiar de custoefetividade da Organização Mundial da Saúde de três vezes o produto interno bruto per capita. Análises de sensibilidade determinística e probabilística foram realizadas para avaliar a robustez dos dados. Resultados - Os custos incrementais e os anos de vida ajustados pela qualidade (QALY) incrementais para TM mais CMP foram estimados em I$ 7.440 (R$ 16.368,0) e 1,04, respectivamente, em comparação com CMP isoladamente, resultando em uma razão de custoefetividade incremental (RCEI) de I$ 7.153 (R$ 15.736,6) por QALY para um horizonte de vida. A análise de sensibilidade determinística demonstrou que o parâmetro que mais afetou a RCEI foram os custos de TM de pacientes com mRS 6 no primeiro ano. Após a análise de sensibilidade probabilística com 1000 simulações, o tratamento se mostrou custo-efetivo, sendo que apenas 0,3% dos resultados estiveram acima do limiar de custo-efetividade adotado de I$ 44,655 (R$ 98.241). Conclusão - Os custos inicialmente elevados da TM foram compensados pelo benefício a longo prazo desta intervenção. O estudo RESILIENT demonstrou que, em comparação com o CMP isoladamente, a TM, além de benéfica, foi custo-efetiva no sistema de saúde público brasileiro. |