Para além das hostilidades : motivações da manutenção de relações económicas entre Moçambique e África do sul, 1975 -1992

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Bihale, Domingos Elias
Orientador(a): Haffner, Jacqueline Angélica Hernández
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/219376
Resumo: No presente trabalho busca-se compreender as motivações que levaram Moçambique e África do Sul a manter as relações económicas bilaterais, no meio de divergências ideológicas, hostilidades políticas e agressões militares, entre 1975 e 1992. A pesquisa foi desenvolvida com recurso ao método histórico, o qual permitiu conhecer o dinamismo da interacção entre Moçambique e África do Sul em vários domínios, com destaque para as esferas económica e política, de modo a compreender os desenvolvimentos recentes e as perspectivas destas relações. A dinâmica do vínculo político entre Moçambique e África do Sul foi se moldando em função dos interesses políticos e económicos. A África do Sul, no seu relacionamento com Moçambique entre 1975 e 1992 procurou sempre defender o seu interesse nacional (sobrevivência do regime político então vigente – o Apartheid), suprimindo as forças internas progressistas que tinham suporte e bases em países vizinhos), bem como continuar a ter acesso ao mar através do porto de Maputo. Para a efectivação deste objectivo recorreu a incursões militares directas e indirectas e, por esta via, sabotagens a infra-estruturas económicas essenciais e manipulação de algumas forças internas para a desestabilização política, com intuito de manter Moçambique na posição de dependência e como fonte de mão–de–obra barata para as empresas mineiras. Em contraposição Moçambique enveredou por uma via pacifista negocial, ciente da sua incapacidade militar e económica de enfrentar o poder hegemónico da África do Sul, mas com vontade enorme de reduzir a sua dependência em relação a África do Sul. Apesar de relações políticas conflituosas, os dois países mantiveram as suas relações económicas. Portanto, conclui-se que África do Sul e Moçambique tinham laços económicos, os quais eram vitais para Moçambique e úteis para a África do Sul. Era do interesse de Moçambique manter as relações existentes ao nível comercial e desejava que os acordos económicos, laborais, comerciais, sobre os caminhos-de-ferro, trabalhadores migrantes e o ouro se mantivessem. Por sua vez, a África do Sul precisava do porto de Maputo para importação e exportação de produtos e mercadorias diversas, assim como tinha interesse em manter Moçambique como fonte de mão-de-obra barata, mercado seguro e dependente, para além de da electricidade produzida pela Barragem de Cahora Bassa.