Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Magalhães, Ana Paula Pereira Sholz de |
Orientador(a): |
Schwartz, Ida Vanessa Doederlein |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Palavras-chave em Inglês: |
|
Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/195745
|
Resumo: |
Introdução: As doenças congênitas da glicosilação (CDG) são doenças genéticas do metabolismo das glicoproteínas, glicanos e glicolipídios, de herança autossômica recessiva em sua maioria, caracterizadas pela deficiência total ou parcial de enzimas ou proteínas envolvidas na glicosilação de proteínas. A maioria das CDG ocorrem por defeitos nas vias de N-glicosilação ou O-glicosilação. Atualmente, temos mais de 100 CDGs descritas. Os aspectos clínicos dessas doenças são graves e multissistêmicos, envolvendo desde sintomas pré-natais (hidropsia ou ascite) até malformações congênitas e retardo de desenvolvimento neuropsicomotor (RDNPM). Para a triagem das CDG que envolvem a N-glicosilação, o exame mais utilizado é a isoeletrofocalização da transferrina (IEFTF), sendo o único realizado para investigação de CDG no laboratório de erros inatos do metabolismo (LEIM) do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA). A confirmação do diagnóstico das CDG envolve, na maioria dos casos, exames genéticos ainda de difícil acesso via Sistema Único de Saúde. Objetivos: Caracterizar os casos triados para CDG, pela IEFTF, no período de 2008 a 2017, no LEIM-HCPA. Metodologia: Estudo observacional, transversal, retrospectivo, baseado na revisão das fichas laboratoriais dos pacientes investigados pelo LEIM-HCPA de 2008-2017. As seguintes variáveis foram analisadas: idade, sexo, sintomas, consanguinidade e ocorrência de outros casos na família. Os casos com padrão alterado e com padrão normal na IEFTF foram comparados. Foi criado um banco de dados para a análise estatística no programa SPSS, onde o nível de significância considerado para as análises foi de p<0,05. Resultados: No período analisado, 1546 pacientes foram triados pela IEFTF; destes, cinquenta e um (3%; mediana de idade = 24 meses, IQ 25-75= 11-57; sexo masculino = 27) apresentaram padrão alterado (5 ± 2,8 casos/ano). Para 14 pacientes, foi possível a obtenção de dados sobre a conclusão do diagnóstico, sendo que 10 foram confirmados para outras doenças (galactosemia clássica= 4; intolerância hereditária à frutose= 4; doenças peroxissomais= 2). Os demais receberam o diagnóstico de PMM2-CDG (n= 2), MPDU1-CDG (n= 1) e SLC35A2- CDG (n=1) . Quando comparados os casos com padrão alterado e normal, 6 constata-se que uma maior prevalência de casos alterados ocorreu quando a investigação foi realizada na faixa etária de 11m-3 anos. A ocorrência de mamilos invertidos, hepatopatia, hipoglicemia, alterações oftalmológicas e recorrência familial aumentam em 11x, 4.6x, 2.9x, 2.8x e 2.5x a probabilidade de ocorrência de alteração na IEFTF, respectivamente. Conclusões: Os nossos dados sugerem que a investigação de um caso com suspeita de CDG é complexa, sendo agravada pela ocorrência de resultados falsopositivos na IEFTF e pela falta de acesso aos exames diagnósticos. A triagem para CDG deve ser sugerida principalmente aos pacientes que apresentam: mamilos invertidos hepatopatias e hipoglicemia. |