Análise das recercadas de Diego Ortiz sobre o madrigal O Felici Occhi Miei à luz do Tratado de Glosas (1553), do próprio Ortiz

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Morato, Walkiria
Orientador(a): Carpena, Lucia Becker
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/230331
Resumo: Esta dissertação analisa os procedimentos de diminuição utilizados por Diego Ortiz (1525- 1570) no processo de composição de suas quatro recercadas sobre o madrigal O felici occhi miei (Ó felizes olhos meus), de Jacques Arcadelt (1505-1568), constantes no Libro Segundo do Tratado de Glosas (Roma, 1553) de autoria do próprio Ortiz. No tratado, dividido em duas partes, Ortiz usa o termo glosas como sinônimo de diminuição, prática improvisatória renascentista de embelezamento de melodias, baseada no uso de modelos pré-estabelecidos. O Tratado de Glosas é escrito de maneira didática, dividido em dois livros: o Libro Primero, que apresenta um extenso catálogo de exemplos de glosas sobre intervalos e cadências, e o Libro Segundo, que traz a aplicação prática destas glosas ao repertório e à prática improvisatória. A pesquisa iniciou com o estudo sobre o tratado e suas circunstâncias, bem como do madrigal de Arcadelt que serviu de base para Ortiz compor suas recercadas. Também foi necessário investigar as origens da recercada e sua importância no desenvolvimento da música instrumental autônoma para entender o percurso musical e pedagógico proposto por Ortiz. Na análise das quatro recercadas sobre O felici occhi miei foi possível constatar que Ortiz utilizou seu Libro Segundo como uma aplicação direta das glosas do Libro Primero, para demonstrar o uso das glosas melódicas e cadenciais aplicadas sobre uma melodia preexistente, o madrigal de Arcadelt. Constatamos também que, ao longo das quatro recercadas, Ortiz faz uso cada vez mais engenhoso das glosas, passando a utilizá-las apenas parcialmente, sobrepondo-as e também criando glosas livres e longas, que se assemelham ao tocar improvisado. O propósito desta pesquisa na área das Práticas Interpretativas é oferecer subsídios para que intérpretes do século XXI possam pensar suas ações e decisões em relação à música instrumental do século XVI, de acordo com os processos de diminuição estabelecidos por Ortiz em seu Tratado de Glosas.