Hospitalizações por aneurismas cerebrais rotos (hemorragia subaracnoidea não traumática) e não rotos no SUS : embolização ou microcirurgia cerebral? um estudo de 2009 a 2018

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Sarmento, Rossana Machado
Orientador(a): Rosa, Roger dos Santos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/243072
Resumo: O potencial de ruptura é inerente a todos os aneurismas cerebrais e traz consigo sérias complicações como o acidente cerebrovascular hemorrágico, situação clínica crítica conhecida como hemorragia subaracnoidea que representa uma das mais severas causas de mortalidade. Estima-se que os aneurismas cerebrais estejam presentes em aproximadamente 5% da população, manifestando-se geralmente na fase adulta, quando o risco de ruptura aumenta. As duas principais formas de tratamento dos aneurismas cerebrais rotos e não rotos, cuja finalidade consiste na exclusão do aneurisma da circulação cerebral, são a embolização e a microcirurgia cerebral. Objetivo: Comparar as hospitalizações para tratamento de aneurismas cerebrais rotos (hemorragia subaracnoidea não traumática) e não rotos quanto ao uso das tecnologias de embolização ou de microcirurgia cerebral no Sistema Único de Saúde (SUS) no período 2009 - 2018. Métodos: Análise de dados do Sistema de Informações Hospitalares (SIH)/SUS disponibilizados publicamente. Os procedimentos estudados foram: (i) Grupo 01 Neurocirurgias vasculares – código SUS: 040304003-5, 040304004-3, 040304007-8, 040304009-4, 040304010-8, 040304011- 6, e 040304012-4; e (ii) Grupo 02 Tratamento neuro endovascular – códigos SUS: 040307002-3, 040307003-1, 040307004-0, 040307005-8, 040307006-6, 040307007- 4, 040307014-7, 040307015-5 e 040307016-3. Considerou-se para o estudo sexo, faixas etárias, macrorregião de residência, tempo de permanência, utilização de unidade de tratamento intensivo (UTI), ocorrência ou não de óbito do paciente, gasto e letalidade hospitalar conforme realização de embolização ou de microcirurgia cerebral. Resultados: Ocorreram 43.927 internações no período 2009 - 2018, sendo 21.305 (48,5%; 10,6/milhão hab./ano) para realização de embolização e 22.622 (51,5%; 11,2/milhão hab./ano) para microcirurgias cerebrais. O sexo feminino apresentou os maiores coeficientes de internação para embolização (15,5/milhão hab./ano) e microcirurgia (15,5/milhão hab./ano) em relação ao masculino (5,5 e 6,8/milhão hab./ano respectivamente). Para embolização, o maior coeficiente foi registrado na faixa etária de 60 a 64 anos (35,5/milhão hab./ano) enquanto para a microcirurgia na de 55 a 59 anos (36,3/milhão hab./ano). Foram observados maiores coeficientes de internação na macrorregião Sul (36,8/milhão hab./ano) independentemente do procedimento adotado. Hemorragia subaracnoidea não traumática foi a principal causa de internação representando 62,6% do total de hospitalizações. Para embolização, o tempo médio de permanência foi de 7,7 dias, 59% utilizaram UTI, a letalidade foi de 5,9% e 77% dos óbitos foram relacionados à hemorragia subarac- noidea. Para microcirurgia cerebral, o tempo médio de permanência foi de 16,2 dias, 85% utilizaram UTI, a letalidade foi de 10,9% e 74% dos óbitos foram relacionados à hemorragia subaracnoidea. O gasto total com ambas as técnicas foi de R$ 551 mi- lhões (66,8% com embolização) e o gasto médio por internação atingiu R$ 17.286,00 para embolização e R$ 8.077,35 para microcirurgia. A letalidade hospitalar para embolização foi menor nos hospitais filantrópicos e federais enquanto para microcirurgia cerebral foi menor nos hospitais federais. Conclusão: A embolização apresentou número menor de procedimentos, maior gasto total e médio por internação, e menores tempo de permanência, percentual de utilização de unidade de tratamento intensivo (UTI) e de óbitos quando comparada a microcirurgia cerebral na rede pública de saúde do Brasil.