Análise dos fatores determinantes do crescimento da taxa de homicídios no Estado do Rio Grande do Sul no período de 1995 a 2017

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Klein, Maurício Heinrich
Orientador(a): Monteiro, Sergio Marley Modesto
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/200146
Resumo: A taxa de homicídio no Estado do Rio Grande do Sul ao longo dos últimos anos tem apresentado um forte crescimento, saltando de 6,2 mortes a cada 100 mil habitantes no ano de 1995 para 27,9 no ano de 2017, crescimento superior a 350%. Diversos são os fatores apontados na literatura para explicar a variação observada, tais como indicadores socioeconômicos (usualmente renda e desigualdade), demográficos, percentual da proporção de homens jovens na população, efetivo policial, taxa de encarceramento, associação ao tráfico de drogas e armas de fogo, além da interação entre proibição e coerção do governo para suprimir o mercado de drogas. Este estudo tem por objetivo avaliar a evolução da taxa de homicídio neste território, identificando e analisando os principais fatores que a expliquem, sendo assim uma contribuição à literatura sobre a violência e criminalidade no Estado. Os resultados da pesquisa permitem observar a influência do tráfico de drogas, do efetivo policial e da variação na taxa de desemprego no crescimento da taxa de homicídio. A Regressão linear múltipla das três variáveis apresenta um coeficiente de ajustamento de 95,22%, com essas variáveis explicativas da evolução da taxa de crimes contra a vida. Devido à crise fiscal enfrentada pelo Estado por mais de três décadas, criou-se uma condição única para avaliar a influência do efetivo policial, pois em regra tem-se problema de endogeneidade e simultaneidade, uma vez que os gestores da segurança pública tendem a aumentar ou diminuir o efetivo em resposta ao comportamento do crime. Os resultados sugerem que boa parte das condições para uma taxa tão elevada já estavam satisfeitas, alinhadas com padrões coerentes aos atuais níveis de homicídio, desde 1995, como, por exemplo, uma elevada desigualdade social e um alto percentual de população jovem masculina. A redução do efetivo policial e a nova dinâmica das organizações criminosas, com o crescimento da atividade de tráfico de drogas, aliados a essa série de condições já estabelecidas, elevaram o patamar de homicídios no Estado.