Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Horowitz, Juliana |
Orientador(a): |
Gonçalves, Vanessa Chiari |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Palavras-chave em Inglês: |
|
Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/236137
|
Resumo: |
Esta dissertação aborda a temática do encarceramento feminino e das relações familiares a partir de experiências de mulheres mães presas no Brasil e nos Estados Unidos. A pergunta de pesquisa que guia a investigação é ―o que as narrativas de mulheres mães presas brasileiras e estadunidenses revelam sobre as relações entre cárcere e fam lia?‖. São discutidos os processos de encarceramento em massa racistas e seletivos, vinculados à discussão de um Sul Global metafórico compartilhado entre mulheres encarceradas. O arcabouço teórico da Criminologia Feminista é mobilizado, dando centralidade para categorias interseccionais de raça, gênero e classe no sistema de justiça criminal. Os conceitos de famílias populares e de redes mútuas de apoio, advindos da Antropologia das Famílias, são articulados ao debate criminológico proposto, servindo como lente teórica interdisciplinar. Metodologicamente, tem-se a elaboração de pesquisa comparativa, fundamentada no Cross-National Comparative Method e no Comparative Criminal Punishment. Para o exame das experiências de mulheres privadas de liberdade, mobiliza-se a técnica de análise de conteúdo de Laurence Bardin. As narrativas das mulheres mães presas brasileiras e estadunidenses revelam a reprodução de desigualdades de gênero, classe e raça pelo sistema de justiça criminal, sendo possível se pensar em um Sul Global metafórico compartilhado entre mulheres mães presas no Brasil e nos Estados Unidos. Nesse sentido, a pesquisa demonstra que a prisão se consolida como um fator relevante de instabilidade social, com efeitos especialmente sobre mulheres da rede de apoio de mães presas. Por fim, a investigação expõe a centralidade que as visitas têm durante o encarceramento, revelando como práticas violadoras normalizadas nos Estados Unidos - como visitas sem contato, visitas por meio de barreira de vidro e visitas por vídeo - devem ser analisadas criticamente frente às aproximações históricas de importação de técnicas de tratamento penal. O estudo, portanto, junta-se à produção criminológica e considera a potência da pesquisa comparativa frente à complexidade das dinâmicas opressivas que atingem mulheres mães presas em uma agenda global. |