Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2014 |
Autor(a) principal: |
Silva, Geraldo José |
Orientador(a): |
Flores, Valdir do Nascimento |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/114416
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Resumo: |
Esta pesquisa procede a uma investigação linguístico-enunciativa sobre o uso do discurso de outrem como marca enunciativa de parcialidade em notas, notícias e reportagens sobre a implantação do sistema de cotas nas universidades públicas brasileiras. O corpus de partida é composto de 212 textos de cunho informativo, veiculados no jornal Folha de S.Paulo Online, no período compreendido entre janeiro de 2001 e setembro de 2005. A análise é balizada na perspectiva teórica enunciativa bakhtiniana, principalmente, no que respeita ao dialogismo e à interação verbal. A hipótese geral é a de que o discurso de outrem tem funcionamento específico na enunciação jornalística, podendo deixar marcas aparentes de parcialidade do locutor. O objetivo principal é mostrar como essa parcialidade é marcada nos textos por meio do uso do discurso citado, diluído em discurso direto e indireto. O percurso metodológico considera uma taxionomia dos textos por abordagem, enfatizando a prevalência dos posicionamentos sobre as cotas nas universidades públicas brasileiras, agrupando-os em três blocos: primeiro, ponto de vista contrário; segundo, ponto de vista favorável e, por fim, pontos de vista favoráveis e contrários às cotas, concomitantemente, no mesmo texto. A análise é feita em dois momentos: o primeiro, em que cada bloco é analisado quanto aos aspectos gerais; o segundo, em que é analisado um texto específico, cujo papel é o de ser representação do bloco ao qual pertence. Para a análise, são levados em conta critérios avaliativos como o uso do discurso citado nos títulos e na estrutura proposicional dos textos, o uso dos verbos dicendi e o uso de aspas. A escolha desse tipo de textos se deu devido ao fato de o discurso citado ser dele um elemento estruturante a partir do que a presença de posições distintas sobre as cotas são manifestadas linguístico-enunciativamente. Os resultados comprovam que o uso do discurso citado/de outrem marca a parcialidade do locutor na arquitetura global do texto informativo. Na elaboração da notícia, o locutor lança mão desse recurso linguístico-discursivo com o propósito de imprimir veracidade ao que é informado e, ao mesmo tempo, de se distanciar do dito alheio. No entanto, essa manipulação dos pontos de vista de outrem não garante a imparcialidade pretendida. Uma das formas de demarcar a parcialidade é justamente o uso das vozes citantes e citadas contingentes no discurso jornalístico. |