Diversidade de ictiofauna em lagoas costeiras na costa atlântica da América do Sul : fatores históricos, contemporâneos e mudanças climáticas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Guimarães, Taís de Fátima Ramos
Orientador(a): Hartz, Sandra Maria
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/212908
Resumo: Este estudo procura entender como fatores históricos, contemporâneos e de mudanças climáticas atuam sobre a diversidade de peixes em lagoas costeiras. Esses ambientes são geologicamente recentes, de relevante importância ecológica e que estão sob pressão pelo aumento da ocupação humana, que comprometem cada vez mais a qualidade de seus recursos. Aliado a isso, projeções de mudanças climáticas comprometem ainda mais esses ambientes. Dessa forma, existe uma necessidade de compreender as respostas dos organismos às ameaças a qual estão expostos. Assim, a tese foi desenvolvida a partir da compilação de dados de ictiofauna de 134 lagoas da costa atlântica da América do Sul (latitudes 0° e 40° S) e está dividida em três capítulos. Os resultados mostraram que a diversidade beta resulta de processos contemporâneos e, em parte, das diferentes colonizações e/ou recolonizações que seguiram o processo de formação das lagoas. Dessa forma, lagoas costeiras possuem um legado das condições passadas sobre a composição de peixes observada atualmente e que estão cada vez mais ameaçadas pela conversão da paisagem para uso antrópico. A riqueza de peixes para essa lagoas tende a ser negativamente relacionada com a cobertura agrícola e urbana ao redor das lagoas e essas tendências são mais evidentes quando a variação da cobertura do uso do solo ao longo do tempo também é considerada. Paralelamente a esses fatores, mudanças climáticas podem potencializar os efeitos da conversão da paisagem ou podem adicionar novos impactos que ameaçam a ictiofauna. Os resultados também mostraram que nos cenários projetados de aumento de salinidade as espécies de peixes de água doce tendem a reduzir sua abundância e a ficarem restritas a um número reduzido de lagoas. Essas reduções são ainda mais preocupantes quando as espécies endêmicas são consideradas pois seus status de ameaça se elevam. Por outro lado, a aparente resiliência das espécies marinhas e estuarinas deve ser observada com cautela visto que muitas destas espécies são de interesse comercial e há evidências de reduções populacionais devido à pressão da pesca e perda de hábitats. As consequências das mudanças climáticas não são mais apenas previsões para um futuro distante. A aceleração dos processos e a perda da diversidade estão cada vez mais presentes e é provável que as espécies não tenham tempo suficiente para se readequarem a novas condições e disponibilidade de hábitats, como tiveram durante o processo de formação do sistema costeiro.