Astrocronologia e paleoclimatologia do intervalo eoceno médio-oligoceno inferior na seção de Monte Cagneto (Itália central)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Kochhann, Marcus Vinicius Lermen
Orientador(a): Savian, Jairo Francisco
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/259320
Resumo: O Paleogeno é caracterizado pela ocorrência de eventos de aquecimento global (hipertermais), pelo Ótimo Climático do Eoceno Médio (OCEM; ~40 Ma), e por uma subsequente tendência de resfriamento global. O OCEM ainda é amplamente debatido devido a suas diferentes características em relação aos hipertermais, como sua maior duração, diferente assinatura isotópica, e os fatores de causa. Após o OCEM, a tendência de resfriamento continuou até a Transição Eoceno-Oligoceno (TEO; ~34 Ma), caracterizando a mudança no estado climático global de "greenhouse" para "icehouse". A Bacia de Umbria-Marche (Itália) é amplamente estudada a fim de entender esses eventos e suas consequências devido a suas inúmeras seções contínuas para o intervalo, algumas destas inclusive estabelecidas como Global Boundary Stratotype Section and Point (GSSP). A Seção de Monte Cagnero (MCA) é a GSSP para a base do estágio Chattiano, porém possui também um registro geológico relativamente completo para idades mais antigas. Este estudo tem por objetivo (i) estender a calibração orbital da Seção MCA até o Eoceno médio, (ii) refinar a bioestratigrafia de nanofósseis calcários e (iii) discutir mudanças paleoambientais e paleoclimáticas a partir de dados de abundância relativa de táxons com preferências paleoecológicas conhecidas. Para isso, dados de susceptibilidade magnética e uma reamostragem refinada de nanofósseis calcários foram coletados no intervalo entre os metros 58 e 128 da seção. Análises espectrais dos dados de susceptibilidade magnética mostraram o registro de ciclos orbitais de excentricidade, obliquidade e precessão. O sinal de excentricidade longa foi utilizado para calibrar a seção orbitalmente. Variações nas abundâncias relativas de nanofósseis calcários possibilitaram refinar a bioestratigrafia e identificar uma mudança de domínio de condições oligotróficas para eutróficas em ~37 Ma, sugerindo que uma maior disponibilidade de nutrientes precedeu o resfriamento da água no Eoceno tardio, o que aponta para uma estratificação da coluna da água mal desenvolvida antecedendo a tendência de resfriamento. Por fim, este estudo demonstrou o potencial da Seção MCA se tornar uma seção chave para estudos futuros que visam compreender melhor o intervalo do Eoceno médio ao Oligoceno inferior.