As políticas públicas de juventude em descontinuidades : uma análise das práticas de evasão no ProJovem Urbano de Porto Alegre

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Dias, Ana Lucélia Silva
Orientador(a): Santos, Nair Iracema Silveira dos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/62105
Resumo: O presente trabalho investigou o ProJovem Urbano, tendo como objetivo analisar como a evasão se torna um problema para o Programa Nacional de Inclusão de Jovens. Desde sua implementação, em 2005, o ProJovem é apresentado como uma das principais iniciativas articuladas pela Política Nacional de Juventude para, dentre outros motivos, dar conta do grande número de jovens que estariam precocemente fora da escola. O ProJovem Urbano, uma das novas modalidades do programa que unificou outros projetos para juventude a partir de 2007, atende jovens de 18 a 29 anos, alfabetizados, mas que não concluíram o Ensino Fundamental. Apesar de configurar novas estratégias para reinserção escolar, o acompanhamento do ProJovem Urbano no município de Porto Alegre evidenciou que a grande desistência dos jovens atendidos adquire centralidade, mobilizando-se como problema a ser combatido pelos gestores e educadores. Nesse contexto, a partir dos referenciais de Michel Foucault, tomamos o procedimento genealógico como princípio analítico, apreendendo-o enquanto estratégia de pensamento. A partir do operador analítico “práticas”, domínio de análise Foucaulteana, buscamos desnaturalizar o conceito de evasão, problematizando como se constituem as práticas de criação, formação e implementação do ProJovem Urbano, que tornam a evasão um problema, no contexto do Município de Porto Alegre. Para o desenvolvimento da pesquisa consideramos documentos oficiais que compreendem o momento de elaboração e desenvolvimento do ProJovem Urbano; documentos do período em que as políticas públicas de juventude adquirem maior consistência no cenário nacional; diários de campo produzidos durante inserções realizadas em 3 núcleos do ProJovem Urbano em Porto Alegre; questionários respondidos por jovens atendidos pelo programa em 3 encontros de discussão; entrevistas com jovens, educadores e gestores envolvidos com a formação. Nossa análise remete que a evasão é produzida como problema na mediada em que as práticas de formação e criação do ProJovem Urbano são atravessadas por três eixos. A saber, a educação como meio de efetivar a cidadania e a inclusão social; como forma de proteção e controle sobre a vulnerabilidade; e como problema político condicionado ao desenvolvimento socioeconômico. Articulando efeitos de poder e jogos de verdade, ao prescrever modos de circulação dos jovens nos territórios sociais, estas práticas naturalizam o fracasso nas trajetórias juvenis, situando a evasão como problema também nas formas de gestão e no desenho das Políticas Públicas de Juventude.