Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Betti, Thaís |
Orientador(a): |
Gouveia, Helga Geremias |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/239231
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Resumo: |
Introdução: A hemorragia pós-parto (HPP) é uma emergência obstétrica apontada como uma das principais causas de morte materna. A maioria dos óbitos por HPP ocorre durante as primeiras 24 horas após o parto, sendo classificada como primária. Seu reconhecimento e tratamento precoces impactam diretamente nessa taxa. Dadas a escassez de estudos como este e a importância de identificar os fatores de risco para HPP e de qualificar a assistência visando à redução da mortalidade materna, justifica-se o desenvolvimento deste estudo, pois os dados poderão subsidiar a proposição de readequação e melhorias nas condutas assistenciais voltadas à prevenção da HPP, além de auxiliarem na identificação das mulheres com maior risco de desenvolvê-la. Questão de pesquisa: quais são os fatores associados à ocorrência de HPP primária em um hospital universitário? Objetivo geral: identificar os fatores associados à HPP primária em um hospital universitário de Porto Alegre (RS). Objetivos específicos: Determinar a prevalência de HPP; averiguar as causas específicas do acionamento do alerta vermelho no pós-parto emum hospital universitário; conhecer os fatores de risco anteparto e intraparto associados à HPP; associar a estratificação do risco para HPP com a sua ocorrência; verificar a associação da HPP com a história obstétrica e o perfil obstétrico e sociodemográfico das mulheres. Método: estudo transversal com amostra de 277 puérperas que tiveram a assistência ao parto ou cesárea em um hospital universitário da região Sul do país. Os dados, coletados de junho a setembro de 2020, foram obtidos por consulta ao prontuário eletrônico, considerando-se variáveis de identificação, dados obstétricos atuais, histórico obstétrico, dados do parto e sobre a HPP. Foram incluídos no estudo os prontuários de puérperas internadas na referida instituição, independentemente da idade gestacional e via de parto, com no mínimo 24 horas de pós-parto, contemplando todas as informações necessárias para o preenchimento do instrumento de coleta de dados, sendo excluídos os prontuários de puérperas portadoras de coagulopatias e/ou doenças hematológicas (exceto ocorrência de anemia durante a gestação) e das que estiveram internadas por prestadora de saúde privada (convênio) ou por custeio próprio (particular). Os dados foram analisados utilizando-se testes qui-quadrado de Pearson ou exato de Fisher. Para a análise dos fatores associados à HPP, foi utilizada a Regressão de Poisson (com variâncias robustas, simples e múltipla). A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisado Hospital de Clínicas de Porto Alegre, sob o parecer no 4.038.769 e CAAE: 27944619.3.0000.5327. Resultados: 30% (n=83) das puérperas tiveram HPP. Durante a realização da pesquisa, não houve acionamento do alerta vermelho para a amostra em estudo. A estratificação de risco não esteve associada estatisticamente com a ocorrência de HPP. Associaram-se à ocorrência do desfecho o índice de choque (IC) (p=0,023) e a distensão uterina (p<0,001). Mulheres com IC ≥ 0,9 apresentam uma prevalência 61% maior de HPP (RP=1,61; IC 95%: 1,07 – 2,43), e mulheres com distensão uterina apresentam uma prevalência 134% maior de HPP (RP=2,34; IC 95%: 1,63 – 3,36), mostrando-se como fatores de risco intraparto e anteparto, respectivamente, para a ocorrência de HPP. Conclusão: o IC e a distensão uterina relacionaram-se com a ocorrência de HPP. O reconhecimento desses fatores pode direcionar a uma qualificação da assistência prestada, sinalizando aspectos de extrema relevância na ocorrência ou não do desfecho, considerando-se as características clínicas das usuárias assistidas. Observa-se a necessidade de homogeneizar os registros em prontuário eletrônico, mediante a criação de um indicador ou aba no sistema informatizado da instituição. Como fatores limitantes deste estudo, destacam-se as diferentes formas de registro dos casos de HPP nos prontuários das pacientes na referida instituição. |