Competências requeridas - competências adquiridas : o curso superior de Tecnologia em Sistemas de Telecomunicações do Centro Federal de Educação Tecnológica Pelotas - RS no contexto das mudanças advindas da reforma da educação profissional

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Mello, Simone Portella Teixeira de
Orientador(a): Oliven, Arabela Campos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/83564
Resumo: Com base em um estudo de caso - o Curso Superior de Tecnologia em Sistemas de Telecomunicações do CEFET, Pelotas, RS - analiso a polissemia do conceito de competências, trazendo a tona relatos de agentes sociais significativos: egressos e docentes do referido curso, bem como representantes do mercado de trabalho. Resgato a noção de competências no trabalho e na educação, a partir da contribuição de autores como Dubar, Zarafian, Ropé e Tanguy, Mertens, Irigoin e Vargas, Deluiz, Ramos, Tartuce, Teixeira e dos agentes sociais envolvidos na pesquisa. Foram entrevistados os graduados até 2005, num total de 18 egressos e 22 professores. Destaco a trajetória escolar e ocupacional dos tecnólogos, suas percepções sobre as competências adquiridas ao longo do curso, aspectos relacionados às disciplinas oferecidas, estágio supervisionado e Trabalho de Conclusão de Curso – TCC, assim como suas percepções sobre os docentes e outras modalidades de graduação. No segmento docente, apresento suas trajetórias acadêmicas e profissionais, seus entendimentos sobre cursos de graduação, assim como o sentido das competências que aparece polissêmico e pouco problematizado no debate. O tema eclode na educação brasileira no bojo da reforma da educação profissional de uma forma súbita, o que se revela nas entrevistas com os docentes, em especial quando do “silêncio” ao se orientar a conversa no campo da competência na educação e no trabalho. Em se tratando do Mercado de Trabalho, faço uma breve incursão sobre os cursos superiores de tecnologia e obtenho maiores informações a partir da oferta de trabalho para tecnólogos publicada em um jornal de grande circulação no estado do Rio Grande do Sul. Os resultados demonstram o divórcio entre o discurso oficial sobre a importância do tecnólogo e a realidade analisada. A separação pode ser percebida através do projeto pedagógico do curso, o qual foi concebido com base na noção de competências. O desconhecimento das competências por parte de graduados e docentes é um fato, o que revela o distanciamento entre o formal e o real. As competências não parecem sobrepor a qualificação. Mostram-se como mais um modismo, imposto para fins de criação de um curso, nem tanto para fins de reconhecimento, mas, sobretudo, de difícil definição para a maior parte dos agentes sociais envolvidos. A atitude formalista, em se tratando da relação das doze competências a serem adquiridas ao longo do curso, indica mais uma exigência do MEC, na medida em que os relatos revelam o pouco conhecimento dessas por parte de egressos e docentes. Os relatos, em especial, do mercado de trabalho, ratificam isso. Em se tratando de competências na educação, a matriz que se aproxima mais do curso em questão é a funcionalista, de essência descritiva, a qual desconsidera os atributos subjacentes que não podem ser isolados das práticas reais de trabalho, necessárias ao desempenho em situações específicas, algo que está no âmago do sentido de competências.