Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Alves, Leonardo |
Orientador(a): |
Polanczyk, Carisi Anne |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/217609
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Resumo: |
Introdução: As doenças cardiovasculares são as principais causas de mortalidade entre adultos em todo mundo e a maioria dessas mortes ocorre em países de baixa e média rendas. A doença cardíaca isquêmica é responsável pela maioria das mortes cardiovasculares assim como a principal causa de anos de vida perdidos. O infarto do miocárdio é uma das principais apresentações clínicas da doença cardíaca isquêmica, e é classificado clinicamente em infarto do miocárdio com supradesnivelamento do segmento ST (STEMI) e infarto do miocárdio sem supradesnivelamento do segmento ST (NSTEMI). Diante da relevância dessa enfermidade, dados contemporâneos são relevantes para melhor compreender sua epidemiologia em uma região de baixa e média renda. Objetivos: O primeiro objetivo deste estudo é descrever incidência, manejo terapêutico, desfechos clínicos hospitalares e eventos cardiovasculares do primeiro ano de seguimento dos indivíduos hospitalizados por STEMI em uma região circunscrita do Sul do Brasil. O segundo objetivo é conduzir uma revisão sistemática a fim de avaliar a letalidade hospitalar contemporânea em pacientes internados por infarto do miocárdio (STEMI e NSTEMI) na América Latina e no Caribe. Métodos: Para atender ao primeiro objetivo, foi realizado um estudo de coorte prospectiva de base populacional com registro consecutivo das hospitalizações por STEMI em uma cidade do Sul do Brasil entre 2011 e 2014. Foram incluídos nessa amostragem indivíduos com STEMI que apresentaram sintomas de isquemia miocárdica aguda nas últimas 72 horas. O segundo objetivo foi atendido por meio de uma pesquisa sistemática em banco de dados bibliográficos eletrônicos a fim de selecionar estudos de coorte que relataram letalidade hospitalar total devido ao STEMI e ao NSTEMI. O risco geral de viés nesses estudos foi avaliado pela ferramenta Quality in Prognosis Studies. As taxas de letalidade foram 7 combinadas pelo modelo de efeito aleatório, enquanto a heterogeneidade foi explorada por análise de subgrupo e por meta-regressão. Resultados: O estudo de coorte mostrou incidência anual de hospitalizações por STEMI de 108 casos por 100.000 habitantes com idade igual ou acima de 25 anos. A incidência ajustada foi maior entre os mais velhos (risco relativo 64,9; IC95% 26,9 – 156,9; p para tendência linear <0,001) e entre os homens (risco relativo 2,8; IC95% 2,3 – 3,3; p <0,001). Ocorreram 530 hospitalizações durante o período avaliado e a taxa de reperfusão foi de 80,9%. A letalidade hospitalar e a taxa de eventos cardiovasculares em um ano foram, respectivamente, 8,9% e 6,1%. Os mais velhos apresentaram maior letalidade hospitalar (risco relativo 3,72; IC95% 1,57 – 8,82; p para tendência linear = 0,002) e mais eventos cardiovasculares em um ano (hazard ratio 2,35; IC95% 1,12 – 4,95; p = 0,03). A revisão sistemática identificou 38 estudos (29 STEMI, 3 NSTEMI e 6 ambos). A letalidade hospitalar total combinada de STEMI foi de 9,9% (IC 95%: 9,1 - 10,7), porém a heterogeneidade observada não foi trivial. O principal motivo para essa heterogeneidade foi o percentual da terapia de reperfusão. A letalidade hospitalar total combinada de NSTEMI foi de 6,3% (IC 95%: 5,4 - 7,4), enquanto a heterogeneidade foi nula. Conclusões: O estudo de coorte demonstra abordagem terapêutica e letalidade hospitalar por STEMI similar às observadas em países desenvolvidos. Entretanto, a taxa de hospitalizações por STEMI foi maior comparada a esses países. A revisão sistemática evidencia que a letalidade hospitalar total por STEMI na América Latina e Caribe foi maior em comparação às taxas encontradas em países de alta renda. A letalidade hospitalar total por NSTEMI foi similar a esses países; no entanto, baseou-se em poucos estudos, em sua maioria, conduzidos em apenas dois países. |