Diagnóstico in vivo e caracterização celular das miopatias wooden breast e white striping em frangos de corte

• Ano de defesa: 2018
• Autor(a) principal: Ferreira, Tamara Zinn
• Orientador(a): Nascimento, Vladimir Pinheiro do
• Tipo de documento: Tese
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Palavras-chave em Português: Miopatia; Músculos peitorais; Frangos de corte; Dieta alimentar; Qualidade da carne; Diagnóstico por imagem; Biomarcadores
• Palavras-chave em Inglês: Breast myopathies; Feed restriction; Histomorphometry; Myogenic stem cells; Ultrasound
• Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/201135

A fim de elucidar o processo muscular envolvido nas miopatias peitorais de frangos de corte e a obtenção de métodos para detecção destas miopatias no animal in vivo, experimentos foram realizados com frangos de corte de rápido crescimento, machos, com diferentes idades de abate. Os estudos que compuseram esta tese objetivaram determinar o processo de crescimento, degeneração e regeneração celular do músculo Pectoralis major, bem como determinar o efeito de programas de restrição alimentar quantitativa (70%) e qualitativa (hipoprotéica e hipoenergética) sobre a ocorrência das miopatias wooden breast (WB) e white striping (WS) e suas consequências na qualidade da carne, além de validar uma metodologia para o diagnóstico in vivo da miopatia WB através de imagens ultrassonográficas do peito dos frangos em diferentes idades. A partir dos resultados, pôde-se concluir que dietas restritivas não obtiveram efeitos na redução da ocorrência das miopatias, entretanto, ao se aplicar a restrição entre os 22 e 28 dias de idade foi verificada redução na severidade de WB. A utilização de imagens ultrassonográficas do músculo do peito de aves aos 21 dias de idade pode ser utilizada para predição in vivo de WB. O aumento da severidade de WB ocasionou alterações nos atributos de qualidade de carne dos filés como: aumento da perda por cocção, nas coordenadas cromáticas L*, a* e b* e na força de deformação. Em nível celular, o músculo Pectoralis major das aves severamente acometidas com WB apresentaram redução na quantidade e aumento do diâmetro das fibras musculares, proliferação de macrófagos, deposição de colágeno Tipo I no endomísio e perimísio e redução de aporte vascular pela diminuição da densidade de pequenos vasos. As atividades das enzimas séricas específicas de lesão muscular apresentaram valores crescentes de acordo com a idade e grau de severidade das miopatias, podendo serem utilizadas como marcadores bioquímicos das miopatias. Filés de peito classificados como de escores mais leves para WB apresentaram maiores valores de células miogênicas (MyoD, Myf-5 e Pax7) quando comparados com os mais severos para esta miopatia. Com base no exposto, o processo regenerativo das células do músculo Pectoralis major acometidos com miopatias se estabelece pela desestruturação do tecido muscular e proliferação de tecido conjuntivo, que já se estabelece aos 21 dias de idade e pode ser diagnosticado através de marcadores bioquímicos e imagens ultrassonográficas do peito dos animais in vivo.