Detecção dos efeitos dos alcalóides de Psychotria colorata (W. ex R. & S.) Muel. Arg. em sistema opióide de roedores, através de parâmetros farmacológicos e neuroquímicos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1995
Autor(a) principal: Amador, Tania Alves
Orientador(a): Elisabetsky, Elaine
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/265982
Resumo: O crescente reconhecimento da vasta diversidade química das florestas tropicais, associado com o desenvolvimento de novas técnicas para isolamento e elucidação de compostos químicos e suas propriedades farmacológicas, têm reacendido o interesse por produtos naturais pelas indústrias farmacêuticas. Entre as estratégias usadas para indentificação de espécies vegetais de interesse terapêutico, aparece a pesquisa do uso tradicional de plantas em medicina caseira, sendo a Amazônia e suas comunidades caboclas um cenário privilegiado deste conhecimento. Uma pesquisa etnofarmacológica sobre o uso de plantas no manejo da dor caboclos do Estado do Pará apontou a espécie Psychotria colorata (Willd. ex R. & S.) Muell. Arg. como sendo tradicionalmente usada para o tratamento de "dor de ouvido" e como "calmante de dor abdominal". Experimentos farmacológicos preliminares com extrato aquoso de folhas e flores, demonstraram que os alcalóides presentes nas folhas desta espécie são dotados de atividade analgésica, avaliada através dos testes de contorções abdominais induzida por ácido acético e formalina (fases precoce e tardia). O objetivo deste trabalho foi avaliar a atividade analgésica dos alcalóides presentes nos extratos alcaloídico de folhas e flores, monitorar farmacologicamente o fracionamento de extrato alcaloídico de folhas com o propósito de identificar os alcalóides ativos e analisar o efeito dos alcalóides do extrato de flores em ensaios correlatos neuroquímicos (in vitro) preliminares. Os resultados farmacológicos nos testes de Formalina e Tail Flick, indicaram que os alcalóides são os desencadeadores de resposta analgésica da planta. Em ambos os testes foi detectada um efeito analgésico, sendo que no teste de Tail Flick esse efeito foi reversível pela administração prévia de naloxona. Esses compostos também inibem a união específica de [³H]naloxona em membranas de estriado de ratos, inibe a atividade basal da enzima adenilato ciclase na produção de AMPc, sem no entanto afetar a união específica de [³H]GMP-PNP. Estes resultados indicam que a atividade antinociceptiva dos alcalóides presentes nos extratos de folhas e flores de Psychotria colorata, é mediada via ativação de receptores opióides; reafirma o "status" da metodologia etnofarmacológica como ferramenta para a descoberta em plantas de novos compostos terapeuticamente úteis, e justificam estudos mais aprofundados através do isolamento dos alcalóides.