Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Farina, Diego Lock |
Orientador(a): |
Bittencourt, Rita Lenira de Freitas |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/223930
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Resumo: |
A presente tese se propõe a analisar e a pensar, a partir de e em conjunto com a produção de Gilles Deleuze, a pertinência das noções de acontecimento, devir e diferença para a efetividade da demonstração de uma teoria crítico-clínica da literatura. Teoria que visa, por sua vez, cartografar as sintomatologias e os efeitos relacionados à presença nômade, ética e intempestiva do que concebemos como manifestações poético-políticas fora da representação. Através do encontro entre a literatura menor, extática, antimetafórica e insurgente, com as conversações investidas por empreendimentos filosóficos que têm como tarefa a arte de criar conceitos, essa investigação parte de três premissas indissociáveis, cujo funcionamento se realiza através de agenciamentos – sempre coletivos e desejantes – que se desdobram em meio à saúde frágil, porém irresistível, de um rizoma literário, virtualmente democrático-radical, que se nutre no risco do devir-revolucionário e do pathos da ficção, a partir da função da (con)fabulação. As premissas são: a literatura que tratamos é acontecimento, e o acontecimento, por seu aspecto incorpóreo e ruptural, jamais se reduz a sua efetuação; a literatura é um caso de devir, e a processualidade dos devires suplanta tanto a mímese como o Ser transcendente; e, enfim, a literatura é diferença, no sentido informe das diferenças diferenciantes, avessa às identidades e, portanto, propícia à materialização das multiplicidades substantivas. Uma nova, solidária e diferencial política das artes reivindica sua inscrição no campo epistemológico enquanto espaço irrealocável capaz de erigir singulares linhas de fuga e máquinas de guerra contra o intolerável, à medida que as forças prevalecem sobre as formas, o pré-individual, o impessoal e o imperceptível sobre as territorialidades do sujeito, os blocos intensivos de afectos, perceptos e sensações sobre o ressentimento reativo e moralizante, sobre os regimes de visibilidade conduzidos pelos poderes estabelecidos e sobre as imagens dogmáticas decalcadas no pensamento. Após o exame de decisivos conceitos desenvolvidos na obra de Deleuze, essa tese apresenta hipóteses (casos de análise) concernentes aos estudos da literatura acerca de Proust, Melville, Kafka, Artaud e Beckett, tendo em vista, ante o vigor do empirismo-transcendental, a construção de um consistente plano de imanência que ressoe os ritornelos da teoria crítico-clínica que vem: esquizofrênica, indecidível, que faz delirar a linguagem, criando uma espécie de língua estrangeira na própria língua que dá condições para a arte se sustentar por si só, ao passo que provoca, fora dela e ao mesmo tempo, o dissenso e a partilha de um sensível-outrem. |