“Aqui na escola é bom porque tem gente de tudo que é tipo: as sapata, os viado, as bixa!": narrativas ficcionais sobre existir e resistir no espaçotempo recreio a partir de uma perspectiva feminista decolonial dos saberes.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Nunes, Hariagi Borba
Orientador(a): Seffner, Fernando
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/202064
Resumo: O objetivo deste trabalho é de perceber táticas de existência e resistência de corporalidades escolarizadas desviantes e desobedientes de gênero, sexualidade, raça, classe, religiosidade etc no espaço-tempo recreio de uma escola pública e central da cidade de Porto Alegre - RS. A partir de uma perspectiva feminista decolonial dos saberes, compilada aqui pela vertente lesbofeminista decolonial de Ochy Curiel, Yuderkys Espinosa e Maria Lugones; e das teorizações sobre espaço escolar pelos conceitos de culturas escolas e culturas juvenis, pedagogias da sexualidade e heteronormatividade e, sexualidades e juventudes ciborgues, vivencio o campo de pesquisa a partir da etnografia e observação participante. Deste emaranhado teórico e metodológico - em conjunção com etnografia decolonial; etnografia e ficção - formulo, a partir da concepção de Escrevivências, cinco contos ficcionais que englobam a complexidade e diversidade do espaço escolar em relação a existência e resistência de algumas corporalidades. Através das narrativas de Tiago, Raquel, Larissa, Clara e Cleiton, emergem as complexidades produzidas dentro do espaço escolar relacionadas a subjetivações das corporalidades pelas culturas juvenis, tecnologias digitais e descobertas de sexualidades desviantes. O pátio da escola torna-se o lugar de circulação constante onde táticas e saberes são operacionalizados longe dos saberes legitimados pela instituição escola. Assim, concluo que estes processos ampliaram o acesso e a circulação de outros sujeitos ao ambiente escolarizado, possibilitando a reconfiguração de novas corporalidades e subjetividades atravessadas por gênero, sexualidade, raça, religiosidade, entre outros. Ou seja, esta gama de complexidades contribui para a construção constante de uma escola cada dia mais diversa, plural e crítica, que trabalhe com o intuito público de uma instituição cidadã e democrática, onde os sujeitos possam construir em coletividade culturas escolares que dialoguem com as culturas juvenis.