Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Silveira, Roberta de Pinho |
Orientador(a): |
Rocha, Cristianne Maria Famer |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Palavras-chave em Espanhol: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/284741
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Resumo: |
Introdução: A pandemia da covid-19 explicitou limites aos modos de produção capitalista neoliberal. Vivemos uma crise que é, ao mesmo tempo, econômica, ecológica, política, social, sanitária e, também, do “cuidado”. As práticas de cuidado em saúde são importantes para o governo das condutas dos sujeitos e a regulação das populações. A atuação das enfermeiras tem importância não apenas pela capacidade técnica para o cuidado em saúde, mas, também, pelo papel social da Enfermagem, o qual produz saberes e práticas importantes para os territórios formados na Atenção Primária à Saúde (APS). Situada no universo das enfermeiras, essa pesquisa trouxe algumas questões, tais como: quais foram as condições de possibilidade para que as enfermeiras realizassem práticas de cuidado em saúde, no âmbito da APS, durante a pandemia? Quais discursos de verdade constituíram essas práticas? Assim, através das perspectivas conceituais dos Estudos Foucaultianos, dos Estudos Feministas e de Gênero e dos Estudos Decoloniais, analisei as práticas de cuidado das enfermeiras em busca de conhecer suas histórias e saber como chegaram a ser o que são no presente. Para tal, o objetivo da tese foi analisar como as práticas de cuidado de enfermeiras se constituíram na APS, no contexto da pandemia da covid-19. Metodologia: Trata-se de estudo de abordagem qualitativa, inspirado nos procedimentos do método genealógico de Michel Foucault. O estudo utilizou como instrumento para produção de dados a entrevista semiestruturada, respondida por 59 enfermeiras atuantes na APS, no Rio Grande do Sul, entre novembro de 2020 e fevereiro de 2021. Resultados: Dos relatos produzidos pelas enfermeiras em resposta a entrevista emergiram alguns discursos de verdade, que resultaram em três eixos de análise. No primeiro, A Enfermagem em tempos de pandemia: estéticas da amizade para modos de vida outros, mostrei como a atuação das enfermeiras respondeu ao contexto de acentuada acumulação de crises, com a capacidade de potencializar a assistência na APS por meio dos seus saberes e experiências relativas ao trabalho em equipe. No segundo eixo de análise, Práticas coletivas de cuidado na Atenção Primária à Saúde durante a pandemia da covid-19, me detive nas práticas coletivas de cuidado em saúde na APS. Analisei a descontinuidade dessas práticas durante a pandemia e os possíveis efeitos da ausência dessa modalidade de cuidado à saúde na APS. O terceiro eixo de análise, O acolhimento da demanda espontânea na Atenção Primária à Saúde: a atuação da enfermagem no contexto da pandemia da covid-19, problematizou o modo como a atenção à saúde vem sendo organizada na APS. Especialmente porque esse tema possibilita pensarmos sobre importantes questões do nosso presente, como a precarização da APS e a desmobilização dos territórios da saúde. Considerações finais: Por fim, considerei que as práticas de enfermagem são importantes ferramentas para a produção de comunidades e constituição de outras subjetividades por meio de processos de desindividualização, e, por isso, têm potencial para desmedicalização social. Como condição de possibilidade fundamental para a criação de outros modos de vida, pois a desmedicalização social pode operar insurgências aos biopoderes da contemporaneidade. |