Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Cunha, Rosália Barili da |
Orientador(a): |
De Ros, Luiz Fernando |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/204830
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Resumo: |
O Grupo Port au Port é uma sequência mista, que marca a transição entre o Cambriano Médio, predominantemente siliciclástico, e o Cambriano Superior dominantemente carbonático. Está situado na porção oeste da Ilha de Newfoundand (Terra Nova), no Canadá. Esta sequência é correlacionada ao grande banco carbonático norte americano que se formou no entorno e sobre o paleocontinente Laurentia durante a evolução do Oceano Iapetus. O grupo compreende rochas híbridas, carbonáticas e siliciclásticas, cujo empilhamento não apresenta uma sequência diagnóstica, mas que pode ser dividido em três grandes ciclos de raseamento correlacionáveis com outras unidades. O limite entre os ciclos superiores coincide com o limite entre as sequencias Sauk II / III. O grupo Port au Port possui um arcabouço estratigráfico bem conhecido, mas a falta de dados geoquímicos e isotópicos, bem como alguns pontos passíveis de revisão, permitem novas interpretações sobre esta sucessão carbonática. Anteriormente interpretadas como gretas de contração, agora são indicadas como gretas de sinérese, que associadas a fauna marinha e inexistência de feições de exposição subaérea nos afloramentos visitados, evidenciam condições de deposição predominantemente em ambiente de inframaré. O processo de eodiagênese marinha freática, como a micritização auxiliou na manutenção da estrutura das partículas e a formação de franjas fibrosas, ocorreu em um ambiente freático marinho. A calcita é o componente eodiagenético mais abundante, associada a zona eodiagenética freática meterórica, mas também ocorre dolomita microcristalina, de zona de mistura, sendo observada também dissolução relacionada a fluídos insaturados. Com o avanço do soterramento e implementação da mesodiagênese, a dolomitização se intensifica, sendo observada presença de dolomita blocosa e em sela. Os eventos orogenéticos que dão origem aos Apalaches são responsáveis pelo soerguimento da bacia e exposição destas rochas. Apesar de magnitude e espessura reduzidas, a ocorrência da excursão positiva de carbono relacionada a transição Sauk II / III foi confirmada, e evidencia uma assinatura isotópica local superimposta, relacionada a condições de plataforma mais rasa e gradiente isotópico, similares à Bacia Amadeus, na Austrália. Os dados de estratigrafia química revelam valores de Mn/Sr >2 (0,53 – 33,31), que se relacionam com a intensa dolomitização. As razões de 87Sr/86Sr apresentam valores dentro do esperado para o Cambriano Médio/Superior (~0,7093-0,7095), com exceção do valores observados nas camadas da excursão positiva de carbono que atingem valores ~0.7089, sendo relacionados ao evento de regressão que deu origem ao SPICE. Os resultados geoquímicos indicam teores variáveis de Mg e de Ca ao longo do grupo, com razões Mg/Ca entre 0,03 e 0,6. As concentrações de estrôncio variam entre 54 e 466 ppm nas análises por FRX, mas atingem valores de até 2000ppm nas análises por Microssonda eletrônica. Altas concentrações de estrôncio associadas à presença de franjas fibrosas e dissolução/substituição preferencial em partículas biminerálicas pode ser um indicativo da mineralogia original destas rochas, sendo necessário estudos complementares. |