Análise estratigráfica do vulcão do Paredão, Ilha da Trindade, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Pasqualon, Natália Gauer
Orientador(a): Lima, Evandro Fernandes de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/265915
Resumo: A construção de um arcabouço estratigráfico em sistemas vulcânicos através da descrição e interpretação de litofácies e associação destas é uma ferramenta fundamental para o entendimento da evolução de terrenos vulcânicos, da dinâmica eruptiva e para o gerenciamento e aplicação de medidas preventivas em áreas de risco de atividade vulcânica. Esta dissertação apresenta e discute, sobre a forma do artigo científico intitulado “Lithofacies association and stratigraphy of the Paredão Volcano, Trindade Island, Brazil.” publicado no Journal of Volcanology and Geothermal Research, o levantamento estratigráfico detalhado do Vulcão do Paredão, contribuindo para o entendimento da distribuição lateral e vertical de fácies e da geometria dos depósitos, gerando um modelo para o vulcanismo e discutindo os mecanismos eruptivos. O Vulcão do Paredão é um cone de escórias situado na porção sudeste da Ilha da Trindade, reconhecido como o último vulcão subaéreo brasileiro (Pleistoceno). Os produtos deste vulcanismo são representados por derrames nefeliníticos alternados com lapilitos e lápili-tufos de mesma composição na porção distal e por um cone piroclástico na porção proximal, que se eleva a cerca de 200 metros acima do nível do mar. Foram construídas quatro seções colunares em escala 1:50 através da descrição e associação de litofácies, sendo três na praia das Tartarugas (TRV-01, TRV-02, TRV-03) e uma no cone piroclástico (TRV-04). A petrografia das diferentes litofácies foi feita de forma complementar à caracterização faciológica de campo, por meio de microscopia ótica convencional e com o uso do software Hardledge. Como resultado da análise estratigráfica, foram identificadas sete litofácies distintas: duas coerentes e cinco vulcanoclásticas (uma autoclástica e quatro piroclásticas). As litofácies coerentes são de nefelinito porfirítico maciço (Npm) e vesicular (Npv). Texturalmente, as lavas são holocristalinas e vesiculares, compostas por fenocristais de olivina esqueletal em matriz muito fina de clinoporoxênio, nefelina, zeolita e titanomagnetita, por vezes com flogopita. A litofácies autoclástica é de brecha nefelinítica (Nb), composta por fragmentos (2 mm- 15 cm) de nefelinito vesicular e as litofácies piroclásticas são compostas dominantemente por fragmentos de escória lapilíticos, e subordinadamente por bombas e cinzas vulcânicas. As litofácies piroclásticas são de lapilito (Lm) e lápili-brecha maciços (LBm), lápili-tufo com estratificação plano-paralela (LTp) e lapilito com gradação inversa (Lrg). As associações de litofácies caracterizam derrames do tipo ‘A’a, rubbly pahoehoe e pahoehoe e depósitos piroclásticos proximais e distais. A interpretação da distribuição vertical e lateral de fácies permite concluir que o vulcanismo ocorreu com uma fase inicial freatomagmática, sucedida por uma fase dominantemente estromboliana (domínio piroclástico) e por uma fase final dominantemente havaiana (domínio dos derrames).