Educação artística e conhecimento da realidade

• Ano de defesa: 1992
• Autor(a) principal: Cunha, Susana Rangel Vieira da
• Orientador(a): Baquero, Rute Vivian Angelo
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Palavras-chave em Português: Educação artística; Prática pedagógica; Educação libertadora
• Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/158672

Este estudo teve por objetivo desvelar as possíveis relações entre, consciência de mundo e a natureza do ensino de Educação Artítica em diferentes niveis sócio-culturais, bem como situar as formas de representação visual de professores e alunos com o conhecimento e a transformação da realidade. Com vistas a investigar estas relações, foram ana1isadasduas escolas de diferentes niveis sócio- econômicos de Porto Alegre. Escolheu-se classes que tinham regularmente Educação Artistica: Artes Plásticas em seu currículo. A amostra envolveu 1/3 dos alunos da uma série de uma escola pública estadual, 1/3 dos alunos de uma 7º série de uma escola particular metodista e os professores de Educação Artistica destas duas séries. Nas duas escolas selecionadas, foram ultilizados os mesmos procedimentos metodológicos no processo de coleta de dados. Foi desenvolvida, tanto com professoras e alunos, a seguinte sistemática: realização de um desenho a partir de uma pergunta: Como eu vejo o mundo?; entrevistas individuais e coletivas; observações em sala de aula e levantamento de documentos técnico-pedagógicos. A fim de estabelecer as relações entre prática pedagógica e consciência de mundo, oi elaborado um quadro de referência com categorias de análise no qual tomou-se como fundamentação teórica Freire (1990), Barreiro (1979) e Canclini (1993). Para a análise dos resultados utilizou-se análise de conteúdo e de imagem. Os resultados deste estudo indicam que a Educação Artistica em servido para domesticar os alunos das classes populares e para reforçar os valores da classe dominante. Percebeu-se que o ensino de Educação Artistica não está comprometido com uma visão critica de mundo, as metodologias se modificam mas os principios de uma educação bancária, não emancipat6ria, permanecem, gerando desta forma uma visão alienada de realidade. Em face dos resultados obtidos sugere-se aos cursos de formação de professores em artes uma reformulação em sua concepção teórica, deslocando o enfoque idealista e funcionalista para um enfoque transformador. de modo que a arte seu ensino não sejam concebidos como um brinquedo inconsequente, mas como uma forma de indagao diante do mundo.