Una reflexión sobre el resonar del nombre Silvina Ocampo en Brasil y su escritura de una fuerza desestabilizadora

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Paula, Raquel Lima de
Orientador(a): Castiglioni, Ruben Daniel Méndez
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: spa
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Palavras-chave em Espanhol:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/277569
Resumo: Nesta tese eu reflito sobre os possíveis eventos que mediaram o ressoar da obra de Silvina Ocampo no Brasil, como a questão do aumento da necessidade de leituras de autoria feminina, reflexo dos protestos e das marchas feministas ocorridas a partir de 2010, que estimularam o surgimento dessas vozes em diferentes meios, aumentando a procura por trabalhos, obras, de autoria feminina, o que culminou com a reclusão pandêmica (causada pelo vírus da Covid19) e a proliferação de clubes de leituras virtuais, que tiveram um papel importante: socializar as leituras, fazer circular as produções derivadas de diferentes vozes sociais, historicamente mais à margem da ordem convencionada, do lugar de poder. Outro mecanismo possível para o ressoar do nome Silvina Ocampo por terras brasileiras, tem a ver com o sucesso e o alcance popular das escritoras da Nova Narrativa Argentina (NNA), movimento que traz nomes como Mariana Enríquez, Leila Guerriero, Samanta Schweblin, Selva Almada, todas elas com livros publicados no Brasil, são autoras que identificam na narrativa ocampiana uma fonte de inspiração. Além delas, encontram-se outras autoras latino-americanas deste século XXI, também nascidas depois dos anos setenta, que escrevem dentro do que se chama, recentemente, narrativa do inusual, elas compartilham contextos socioculturais semelhantes, nos quais a hostilidade e a violência, especialmente direcionadas aos corpos femininos, manifestam-se nas mais variadas esferas e de diferentes maneiras. Recorro ao conceito da escritora e professora de literatura hispano-americana Carmen Alemany Bay (2016) de “narrativa do inusual”, expressão que ela utiliza para se referir ao estilo narrativo das escritoras mexicanas do século XXI, expondo as características em comum entre as obras produzidas por elas, alegando que são narrativas emancipadas do fantástico e do realismo mágico, pois são escritoras que “ingressam de uma maneira menos ortodoxa no universo feminino: fazem uso de outras vias para falar da mulher, de sua identidade, em um anseio intimista e de busca”, desde uma perspectiva de identidade mais atualizada e adaptada ao desenvolvimento dos papeis de gênero. Os aspectos narrativos abordados sobre as escritoras mexicanas dialogam com a Nova Narrativa Argentina e dividem tonalidades com a contística de Silvina Ocampo, como reflexiono no segundo capítulo. Nesse momento também aproveito para mencionar uma tradição de gênero tipicamente argentina: a produção de contos fantásticos, que ganhou muitos adeptos a partir do século XX, a maioria desses pertencentes ao seleto elenco da revista de Victoria Ocampo, a famosa revista Sur. Além do mais, no terceiro capítulo, faço uma análise sobre a recepção dos contos de Silvina Ocampo em seu país de origem durante dois momentos, um mais próximo à publicação e outro vinculado às críticas mais recentes. Recorro às pesquisadoras argentinas como Sylvia Molloy, Judith Podlubne, Adriana Mancini, que têm uma riqueza analítica sobre a escrita de S. O., aproveito também para compartilhar os estudos do professor brasileiro Rafael Guimarães sobre a contística ocampiana. Exponho as circunstâncias e elementos narrativos que vêm suscitado o ressoar de seu nome. Demonstro que sua força narrativa vem do inesperado, do inusual, das vozes periféricas e improváveis, que quando se expressam, expondo o que sentem, são capazes de explodir toda cronologia, toda lógica. Reforço, através dos contos analisados no quarto e último capítulo, que a escrita transgressora se revela a través da estrutura que corrompe normas, linguagem, convenções, corpo, como revelam as duas coletâneas de contos publicadas, há pouco, no Brasil. Nesse momento da tese faço uso o termo ensilvinada, que inventei para expressar as reflexões mais subjetivas derivadas das análises dos relatos ocampianos, é um recurso que serve de aviso para quem está lendo meu texto, alertando que uma inserção textual está a caminho. E essa revela o efeito Silvina Ocampo, sua influência, sobre o processo de leitura e escritura desde um âmbito pessoal e apaixonado, atravessado por minhas memórias, minhas relações, minhas vivências, minha formação em construção. Pretendo com este texto colaborar com os estudos e críticas que colocam a obra de Silvina Ocampo em evidência, espalhar meu entusiasmo, motivar novas práticas leitoras.