Infusão intravenosa contínua de sulfato de magnésio em pacientes com asma aguda grave na emergência pediátrica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Dalmora, Daniele de Ávila
Orientador(a): Daudt, Liane Esteves
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/276655
Resumo: Introdução: A asma é a doença crônica mais prevalente na infância, com significativa morbimortalidade. A administração intravenosa de sulfato de magnésio é recomendada quando a terapêutica inicial, incluindo oxigênio, corticosteroides, brometo de ipratrópio e broncodilatadores falham no controle adequado da severidade da crise asmática. Embora já se conheçam os benefícios deste tratamento, dispõem- se de pouca informação sobre seus efeitos adversos. Objetivo: Descrever os efeitos adversos e a melhora clínica associados à infusão contínua, por 6 horas, do sulfato de magnésio intravenoso em pacientes com asma aguda grave, aferidos através da temperatura axilar, saturação, frequência cardíaca, frequência respiratória, pressão arterial, e acompanhamento clínico. Métodos: Trata-se de um estudo prospectivo, braço único, realizado na emergência pediátrica do Hospital público, quaternário, localizado em Porto Alegre, de junho de 2022 a maio de 2023. O estudo incluiu crianças acima de 3 anos com asma aguda severa grave, não responsivas às terapias iniciais, que receberam sulfato de magnésio em infusão contínua na dose de 50 mg/kg/hora, durante 6 horas. Resultados: Neste estudo, as 42 crianças preencheram os critérios de inclusão, sendo 57,1% do sexo masculino. A idade média foi de 5,7 anos. A infusão de sulfato de magnésio por 6 horas não demonstrou efeitos adversos através da análise da pressão arterial, frequência cardíaca, frequência respiratória, e acompanhamento clínico. Destes pacientes, 30 (72%) apresentaram melhora clínica significativa, observada pela variação no escore de Wood-Downes, com redução de no mínimo 1 ponto. Um percentual de 86,7 % das crianças classificadas como tendo crise de asma aguda moderada tiveram seus escores alterados para crise de asma aguda leve após a infusão de sulfato de magnésio (p<0.001). O nível médio de magnésio sérico foi de 4,7 mg/dl. A presença de pneumonia ou infecções virais associadas a asma não foram preditivas de resposta ao tratamento. Nenhuma criança necessitou de terapia intensiva, suporte ventilatório, ou evoluiu para óbito. Conclusão: Neste estudo, que utilizou a infusão contínua de sulfato de magnésio durante 6 horas, observou-se melhora clínica das crianças com asma aguda grave refratária à terapêutica inicial, sem a identificação de efeitos adversos. Esta não identificação e a melhora clínica do ponto de vista respiratório sugerem que o sulfato de magnésio pode ser uma opção terapêutica efetiva. Estudos randomizados e multicêntricos, com maior número de participantes, são recomendados para ampliar o conhecimento a respeito de sua segurança, eficácia e efeitos adversos.