Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Contessa, Julia Camargo |
Orientador(a): |
Magalhães, Pedro Vieira da Silva |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/216972
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Resumo: |
Introdução: A exposição ao suicídio é um evento violento e inesperado, capaz de provocar trauma nas pessoas a ele submetidas, em especial, aos familiares de quem cometeu suicídio. Existem estudos que demonstram elementos de trauma nessa população, além de prejuízo na saúde física e mental. Contudo, apesar dessas evidências, há a necessidade de conhecer a experiência de trauma pela perspectiva dos próprios sujeitos para desenvolver tratamento/assistência mais eficazes e para construir estratégias para auxiliar logo após a perda e em longo prazo. Objetivo: O objetivo deste estudo foi investigar as experiências de trauma de familiares de pessoas que morreram por suicídio. Método: A partir de uma abordagem qualitativa procura-se compreender como as pessoas vivenciam o evento de trauma, e os significados que dão a essas experiências. Devido à parceria do Hospital de Clínicas de Porto Alegre com o Instituto Geral de Perícias do Rio Grande do Sul, foi possível o acesso a familiares de indivíduos que passaram por essa situação, uma vez que, logo após o suicídio, o corpo é encaminhado para necropsia. A equipe de pesquisa utilizou essa oportunidade para contato inicial, esclarecimento e convite sobre a pesquisa. Com isso, na presente pesquisa foram incluídos familiares de indivíduos que cometeram suicídio e que aceitaram participar das entrevistas. Esses indivíduos participaram de uma entrevista semiestruturada organizada em áreas temáticas destinadas a apreender a experiência decorrente da exposição de um familiar ao suicídio e suas consequências do seu próprio ponto de vista. A análise de dados foi realizada através da análise de conteúdo de Bardin. Resultados: Foram feitas 37 entrevistas no total. Destas, quatro entrevistas foram realizadas com dois membros da família na mesma entrevista (ou seja, 41 participantes). As análises geraram dois temas: encontrar o corpo do suicida e reações ao suicídio. Este segundo tema, por sua vez, foi subdividido em seis subtemas. Estes seis subtemas são os seguintes: reações; memórias; impacto no indivíduo; saúde física; impacto social e familiar; e enfrentamento e busca de sentido. Conclusões: São relatados de forma vívida a surpresa e o choque tanto relacionados ao encontro do corpo no local do suicídio, quanto ao recebimento da notícia. São relatos de experiências que possivelmente são sintomas relacionados ao trauma. Isso faz com que essa experiência cause prejuízo a saúde mental e física. Assim, é imprescindível que os clínicos sejam capacitados a identificar as demandas e formas de tratamentos adequados para essa população. Os modelos pós-intervenção após o suicídio devem incorporar tais achados e investigar o trauma de forma consistente. |