Análise e caracterização de isolados ambientais da família Enterobacteriaceae quanto à presença de genes de resistência a Β-lactâmicos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Oliveira, Daniele Vargas de
Orientador(a): Van der Sand, Sueli Terezinha
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/157914
Resumo: A resistência das bactérias aos antibióticos é um problema recorrente que dificulta o tratamento de infecções causadas por bactérias. Alguns membros da família Enterobacteriaceae são responsáveis por carrear e disseminar diferentes mecanismos de resistência, entre estes está a capacidade de algumas bactérias em produzir enzimas como as β-lactamases. Tendo em vista esta problemática o objetivo do presente estudo foi detectar/identificar através de análises fenotípicas e genotípicas quais os genes de resistência presentes em amostras ambientais. Para tanto os primeiros ensaios realizados foram os fenotípicos: teste de Hodge Modificado (MHT), testes com inibidores como ácido fenilborônico (APB), EDTA e cloxacilina, e o teste confirmatório para Extended-Spectrum β-lactamase (ESBL). Foram isoladas 131 amostras as quais passaram por uma triagem inicial através do antibiograma, utilizando os antimicrobianos: cefotaxima (30μg), cefpodoxima (10μg), ceftazidima (30μg), ertapenem (10μg), meropenem (10μg), aztreonam ( 30μg). Destas, 62 amostras foram resistentes a pelo menos um antimicrobiano as quais foram submetidas aos demais testes fenotípicos. Os resultados mostram que 40 amostras apresentaram perfil positivo para pelo menos um dos testes fenotípicos. Estas 40 amostras foram submetidas a PCR Multiplex para detecção e caracterização dos principais genes de resistência à β-lactamases: β-lactamase de espectro extendido (ESBL), Carbapenemase e β-lactamase AmpC. Uma vez detectado os genes, foi realizado o sequenciamento dos amplicons para confirmação da presença dos mesmos. A relação clonal foi estabelecida utilizando XbaI através da Eletroforese em Campo Pulsado (PFGE). Os resultados mostraram que em 85% dos isolados foi detectada a presença de genes de resistência, dentre os quais observamos as seguintes espécies: Klebsiella pneumoniae, Klebsiella oxytoca, Enterobacter cloacae. A prevalência foi para os genes de β-lactamases com 77,5% (TEM, SHV e CTX-M) seguido por Carbapenemase (KPC e GES) com 45% e AmpC (ACT/MIR) com 2,5%. Este foi o primeiro relato desses genes de resistência em isolados ambientais no município de Porto Alegre/RS. Oito amostras apresentaram três genes de resistência, quatorze amostras dois e 12 com um gene cada. A análise da eletroforese em campo pulsado mostrou uma relação clonal entre alguns isolados de K. pneumoniae que foram separados em três grupos diferentes (K1, K2, K3). Entre os isolados de Enterobacter sp. não foi possível estabelecer uma relação clonal. Fica claro com o trabalho a ocorrência e a capacidade de disseminação desses genes de resistência em amostras ambientais e o potencial risco à saúde da comunidade em geral, tornando-se um problema de saúde pública.