Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2014 |
Autor(a) principal: |
Medeiros, Gabriela Bezerra de |
Orientador(a): |
Portugal, Marcelo Savino |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/109273
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Resumo: |
A presente tese é constituída de três ensaios que abordam duas relevantes questões que estão intrinsecamente relacionadas em macroeconomia: política monetária e inflação. No primeiro ensaio, nós procuramos averiguar não linearidades na função de reação do Banco Central do Brasil (BCB) através da estimação de regressões quantílicas inversa, sugerido por Wolters (2012) e proposto por Chernozhukov and Hansen (2005, 2006). Este método nos possibilitou detectar não linearidades na função de reação do BCB sem a necessidade de fazer suposições específicas acerca dos fatores que determinam essas não linearidades. Em específico, nós observamos que: i) a resposta da taxa de juros ao hiato da inflação corrente e esperada foi, em geral, mais forte na parte superior da distribuição condicional da taxa de juros Selic; ii) a resposta ao hiato do produto apresentou uma tendência crescente e significativa na parte inferior da distribuição condicional da taxa Selic; iii) a resposta do BCB à taxa de câmbio real foi positiva e mais elevada na cauda superior da distribuição condicional da taxa Selic. No segundo ensaio, nós investigamos a existência de não linearidades na função de reação do Banco Central do Brasil (BCB) decorrentes de incertezas desse policymaker acerca dos efeitos do hiato do produto sobre a inflação. Teoricamente, nós seguimos Tillmann (2011) para obter uma regra de política monetária ótima não linear que é robusta às incertezas acerca do trade-off produto-inflação na curva de Phillips. Além disso, nós realizamos testes de quebra estrutural para avaliar possíveis mudanças na condução da política monetária brasileira durante o regime de metas de inflação. Os resultados indicaram que: i) as incertezas acerca da inclinação na curva Phillips implicaram em não linearidades na função de reação do BCB; ii) não se pode rejeitar a hipótese de uma quebra estrutural nos parâmetros da regra monetária ocorrendo no terceiro trimestre de 2003; iii) houve um aumento na resposta da taxa Selic ao hiato do produto e uma redução da reação ao hiato da inflação corrente no regime Meirelles- Tombini; e iv) o BCB também tem reagido à taxa de câmbio durante o regime Meirelles- Tombini. No terceiro ensaio, nós procuramos analisar os determinantes da inflação no Brasil através da estimação da Curva de Phillips Novo-Keynesiana (CPNK) proposta por Blanchard e Galí (2007) e a versão padrão proposta por Galí e Gertler (1999). Além disso, realizamos testes de quebras estruturais para avaliar possíveis mudanças na dinâmica da inflação brasileira durante o período de 2002 a 2014. Os resultados indicaram que: i) os testes de quebra estrutural apontam a existência de pelo menos uma mudança estrutural nos coeficientes da CPNK; ii) o componente forward-looking da inflação é dominante, embora sua relevância tenha sido reduzida após 2004; iii) a taxa de desemprego tem afetado negativamente a inflação, embora seja observado uma redução desse impacto nos últimos anos; iv) as mudanças na taxa de câmbio apenas tiveram efeitos sobre a inflação na primeira subamostra e tem perdido relevância no período mais recente; v) o efeito do hiato do produto sobre a inflação corrente diminuiu nos anos recentes; vi) em geral, nós rejeitamos a hipótese nula de uma curva de Phillips vertical no longo prazo a um nível de significância de 5%, mas não a 1%. |