Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2014 |
Autor(a) principal: |
Procianoy, Elenara da Fonseca Andrade |
Orientador(a): |
Silva, Fernando Antonio de Abreu e |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/119421
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Resumo: |
O teste da diferença de potencial nasal (DPN) é um exame que mede a diferença bioelétrica através do epitélio nasal, a qual resulta do transporte iônico transepitelial dos íons sódio (Na+), pelo canal ENaC (Epitelial Na+ Channel), e cloro (Cl-), pelo canal CFTR(Cystic Fibrosis Transmembrane Conductance Regulator). DPN tem sido utilizada como teste de auxilio diagnóstico em doenças associadas à disfunção do CFTR, como a Fibrose Cística (FC). FC é uma doença genética autossômica recessiva causada por mutações que afetam o funcionamento do canal CFTR (e secundariamente do ENaC) e levam a manifestações em diversos órgãos. Normalmente a dosagem de cloro no suor acima de 60 mEq/L ou a identificação de mutações nos dois alelos confirmam diagnóstico de FC. Porém, existem casos atípicos com exames considerados inconclusivos onde as características eletrofisiológicas decorrentes da disfunção do CFTR devem ser demonstradas para estabelecimento do diagnóstico. A identificação correta destes casos é importante para instituição do tratamento adequado e definição do prognóstico. O objetivo principal deste trabalho foi padronizar a técnica da DPN para sua futura aplicação como ferramenta diagnóstica através da determinação dos seus valores de referência, de sensibilidade, de especificidade e de concordância entre os resultados das duas narinas. Secundariamente, objetivamos analisar as relações entre a presença de função residual do CFTRe a concentração de cloro no suor, fenótipo pancreático, presença de Pseudomonas aeruginosa, função pulmonar e genótipo na amostra de pacientes comFC. Foi realizado um estudo transversal com realização da DPN em um grupo de pacientes com FC (n=29, idade:15±6 anos) e dois grupos controle: não=FC (n=19, idade: 15 ± 10 anos) e sadios (n=19, idade: 17 ± 8 anos). Os resultados demonstraram que os valores da DPN são significativamente diferentes no grupo FC (FC: DPNmax: -34 ± 9mV, Δamil: -20 ± 9mV, ΔCl: 4 ± 5mV, Δamilo-iso: -19 ± 9 mV e indiceDPN: 0.85 ± 0.23; não-FC:DPNmax: -14 ± 5mV, Δamil: -6 ± 3mV, ΔCl: 17 ± 9mV, Δamilo-iso: -1 ± 4 mV e indiceDPN: 0.11 ± 0.11) e sadios: DPNmax: -15 ± 4mV, Δamil: -6 ± 3mV, ΔCl: 11 ± 7mV, Δamilo-iso: -2 ± 4 mV e indiceDPN: 0.20±0.14),com sensibilidade e especificidade de 95-96% e concordância de resultado entre as duas narinas maior para a DPNmax (r=0,934). A função residual da CFTR não mostrou relação com nenhum dos parâmetros fenotípicos avaliados. Somente mostrou relação com a gravidade do genótipo. Entretanto, foi observada relação entre os parâmetros que avaliam a hiperfunção do ENaC existente na FC e o fenótipo. Concluímos com este trabalho que foi possível reproduzir e padronizar esta técnica da DPN e demonstrar que o fenótipo da FC está mais relacionado à alteração do transporte do íon sódio através do ENaC do que à presença de função residual da CFTR. |