Enzimas relacionadas ao equilíbrio redox em carrapatos e uso vacinal de uma glutationa S-transferase

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Sabadin, Gabriela Alves
Orientador(a): Vaz Junior, Itabajara da Silva
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/199572
Resumo: Carrapatos são parasitas hematófagos mundialmente distribuídos. Além do parasitismo, carrapatos são vetores de bactérias, protozoários e vírus, prejudicando a saúde humana e animal. O carrapato Rhipicephalus microplus é o principal parasita transmissor de patógenos entre bovinos, gerando um grande impacto na economia pecuária. Os carrapatos desenvolveram adaptações fisiológicas para transportar, armazenar, metabolizar e secretar componentes tóxicos da sua dieta e do ambiente. Diferentes classes de enzimas estão envolvidas nesses processos, no entanto, o papel de várias dessas enzimas ainda não está caracterizado no carrapato R. microplus. Nesse contexto, os objetivos deste trabalho foram analisar a atuação de enzimas antioxidantes e de detoxificação em fêmeas do carrapato R. microplus e avaliar o potencial de uma glutationa S-transferase (GST) como antígeno vacinal. Os dados demonstram que a grande maioria dos níveis transcricionais e de atividade enzimática no ovário e no corpo gorduroso é maior em fêmeas parcialmente ingurgitadas (PEF- partially engorged female) do que em fêmeas totalmente ingurgitadas (FEF- fully engorged females), com exceção da atividade de glutationa peroxidase, que foi a única enzima com maior atividade no ovário em FEF. Esses resultados sugerem que o carrapato necessita de maior controle de oxidantes nos momentos iniciais de alimentação do que na fase final, em que se prepara para iniciar a postura. No intestino, no entanto, existe uma maior variação sobre os níveis transcricionais e de atividade enzimática entre PEF e FEF. De acordo com a capacidade do carrapato em manter a homeostase redox sem causar estresse oxidativo, os níveis de NADPH mostraram-se inalterados entre PEF e FEF. No entanto, os níveis de glutationa total variaram nos órgãos analisados comparando PEF e FEF, assim como também foi observado no nível transcricional e de atividade enzimática da maioria das enzimas analisadas. O silenciamento de catalase e tiorredoxina redutase não foram capazes de prejudicar a capacidade de alimentação e de postura das fêmeas e de eclosão das larvas, sugerindo a manutenção da função enzimática pelas enzimas remanescentes ao silenciamento, ou ainda, a ativação de mecanismos compensatórios. Finalmente, a rGST-Hl (GST recombinante de Haemaphysalis longicornis) foi capaz de gerar anticorpos que reconhecem as GSTs nativas de Rhipicephalus appendiculatus e Rhipicephalus sanguineus, no entanto, sua utilização como antígeno vacinal mostrou ser eficiente apenas contra R. appendiculatus e não contra R. sanguineus, demonstrando que mesmo espécies evolutivamente próximas podem possuir diferentes mecanismos de evasão da resposta imune do hospedeiro para esse antígeno. Em conjunto, os dados demonstram a complexidade do sistema enzimático antioxidante e de detoxificação no carrapato e sua relação com diversos mecanismos fisiológicos além da alimentação.