Maquinaria alfabetizadora como tática de governo : a política nacional de alfabetização e seus modos de produzir docências

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Santos, Victória Luiza Vargas dos
Orientador(a): Wanderer, Fernanda
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/284519
Resumo: A presente dissertação tem por objetivo geral analisar os modos de ser professor alfabetizador instituídos pela Política Nacional de Alfabetização (PNA), a partir de sua implementação no país, em 2019. A pergunta de pesquisa é: de que forma a Política Nacional de Alfabetização engendra modos de ser professor alfabetizador? Os objetivos específicos são descrever os documentos que integram a PNA e examinar enunciações sobre o professor alfabetizador nos documentos da PNA. O material empírico é formado pelos seguintes documentos: 1) a Política Nacional de Alfabetização; 2) o Documento Referencial Técnico-Científico para o Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD) 2023; 3) o manual Conta pra mim: Guia de literacia familiar 4) o manual do professor e do usuário do GraphoGame; e 5) o Livro do Professor Alfabetizador, que integra o Programa Tempo de Aprender. A pesquisa é inspirada nos estudos do filósofo francês Michel Foucault e em alguns de seus comentadores, dos quais destaco Alfredo José da Veiga-Neto (2007; 2012), Pierre Dardot e Christian Laval (2017), Gert Biesta (2017), Nikolas Rose (1998; 2008) e Masschelein e Simons (2017). As bases teóricas encontram-se nas ferramentas foucaultianas, em especial, na governamentalidade e na análise do discurso. Os sentidos que emergiram sobre a constituição do professor alfabetizador na PNA confluem em duas unidades de análise. Na primeira, chamada “‘As descobertas recentes nos campos da psicologia cognitiva, da pedagogia e da economia indicam com clareza o caminho a ser trilhado’: o professor alfabetizador e o governo psi”, discute-se como a Política conduz as condutas dos professores alfabetizadores. Para tanto, é evidenciada a presença da aprendizagem, bem como seu sentido psicológico, visto que a PNA é criada por diversos psicólogos e construída com base na neurociência e na psicologia cognitiva. Assim, percebe-se uma estratégia de individualização do sujeito. Na segunda unidade, “‘O sucesso de cada professor depende do trabalho dos demais professores e reflete o sucesso de todos eles’: o neoprofessor”, traça-se um paralelo entre a liberdade regulada do professor e seu papel na PNA como constituição do neoprofessor alfabetizador. Desta forma, o estudo mostra o esvaziamento de uma docência atravessada pela racionalidade neoliberal, que luta pela insurgência de ser professor.