A produção de saúde e resistência por entre a microgestão do ofício na educação : “ninguém vai tirar a alegria que eu sinto pelo que eu faço”

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Silva, Lúcia Almeida da
Orientador(a): Amador, Fernanda Spanier
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/264991
Resumo: Esta tese se situa no campo clínico do trabalho, ao se ocupar da discussão da produção de subjetividade, da produção de saúde e da produção de modos de trabalhar no presente, especificamente no campo da educação pública, em tempos de acirramento das políticas neoliberais. Tem por objetivo sustentar a análise da operação maquínica do neoliberalismo imbricada nas práticas de microgestão cotidiana do trabalho, bem como colocar em análise as estratégias de enfrentamento ao que constrange o poder de agir das trabalhadoras e dos trabalhadores da educação, problematizando os modos pelos quais eles inventam normas de vida pela atividade, em sua dimensão de experiência, ampliando a produção de saúde no/pelo trabalho. A tese desenvolve uma pesquisa-intervenção dialógica e cartográfica, a partir da base conceitual e metodológica das Clínicas do Trabalho e da Análise Institucional, e toma como dispositivos de pesquisa ações, intervenções e problematizações desenvolvidas por entre processos e experiências de trabalho vivenciadas pela pesquisadora no desenvolvimento cotidiano de seu trabalho, junto à equipe de psicologia de uma Secretaria Municipal de Educação. Ao colocar em análise o coengendramento que se produz entre a máquina de enlouquecimento, a máquina de cura e a máquina de guerra, máquinas essas que compõem a megamáquina capitalista neoliberal, entende-se que esse maquinismo revela a agonística das capturas, dos escapes, das criações, dos impedimentos, das resistências, dos constrangimentos,que desencadeiam tanto processos de restrição, quanto processos de expansão da saúde no e pelo trabalho. Constata-se que nos espaços em que os trabalhadores e trabalhadoras problematizam os processos de trabalho e colocam em análise sua atividade, o ofício se faz operador de saúde e o diálogo se faz ato de resistência frente às políticas de individualização e se fez ação, intervenção e produção coletiva ao manter-se inacabado, aberto a sua potência de vir a ser e de se produzir sempre outro por entre as afetações produzidas. Esta tese assume uma postura ético-estético-política, ao defender e afirmar que a clínica do trabalho, inventada no percurso da pesquisa, produziu-se enquanto máquina de guerra e se constituiu como uma Clínica do Inacabado, aberta às transgressões, às resistências, às loucuras inventivas que se produziram pela atividade enquanto experiência, voltada ao coletivo e ao ofício.