Avaliação temporal e espacial da contaminação por microplásticos no manguezal dos rios Piraquê-açu e Piraquê Mirim, Aracruz (Brasil) : uma análise em sedimento, água e biota

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Menezes, Karina Machado
Orientador(a): Rodrigues, Fábio Lameiro
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/289655
Resumo: Os manguezais são uma região de transição entre os ambientes terrestres e marinhos, típicos de regiões tropicais e subtropicais. Auxiliam no desenvolvimento socioeconômico, sendo fonte de recursos pesqueiros explorados por meio da pesca e proporcionando boa parte das proteínas animais para a alimentação, assim como geração de renda. Desta forma, o consumo de organismos marinhos, em específico os moluscos bivalves contaminados, representa uma rota para a exposição dos humanos aos microplásticos. Este trabalho avaliou a presença, a distribuição espaço- temporal e a caracterização de microplásticos presentes no sedimento, na água superficial e em duas espécies de bivalves utilizados para o consumo humano. As matrizes foram coletadas em cinco diferentes locais distribuídos ao longo do manguezal de Aracruz (ES), de forma a se obter uma melhor representatividade da área de estudo, relacionada à influência das atividades pesqueiras, juntamente com a proximidade de áreas urbanas e também afastado dos centros urbanos. Foram encontrados um total de 7806 microplásticos (MPs) nas matrizes analisadas. A água e os moluscos bivalves foram coletados na região de franja do manguezal, já o sedimento foi coletado na região de franja e de bacia do manguezal. A maior concentração foi encontrada nos sedimentos, corroborando a literatura que indica que eles atuam como sumidouros de MPs. A região de franja do manguezal apresentou maiores concentrações de MPs em relação à bacia do manguezal, o que pode ser explicado pela dinâmica local de sedimentação e pela proximidade com fontes terrestres de poluição. A predominância de microplásticos do tipo filamento, nas matrizes, em comparação aos fragmentos é consistente com estudos anteriores que relatam essa forma como prevalente em sedimentos de manguezal. A cor azul foi a mais frequente em todas as matrizes trabalhadas, o que pode estar associado ao uso de plásticos dessa cor em petrechos de pesca descartados ou abandonados, uma prática comum em áreas exploradas pela pesca. Crassostrea rhizophorae apresentou maior quantidade de MPs em comparação a Mytella strigata. A correlação negativa entre peso úmido e MPs em M. strigata sugere que indivíduos menores podem reter mais MPs devido a características fisiológicas como maior taxa de filtração, enquanto C. rhizophorae apresentou uma correlação positiva, provavelmente devido a uma maior capacidade de filtração por indivíduos maiores. A análise entre os períodos seco e chuvoso mostrou uma maior concentração de MPs no período seco, o que pode ser explicado pela menor diluição e maior acumulação desse poluente, enquanto no período chuvoso há maior transporte para corpos d'água maiores. A correlação positiva entre os microplásticos encontrados em bivalves e em água superficial também sugere que os MPs presentes na água podem ser uma fonte significativa de contaminação para os organismos filtradores.