Avaliação regional da pressão ambiental de estradas sobre riachos no Rio Grande do Sul

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Flores, Alice Mainieri
Orientador(a): Becker, Fernando Gertum
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/212818
Resumo: Estradas e rios interagem de diferentes formas. Estruturas de engenharia viária, como pontes e bueiros, podem afetar profundamente os ecossistemas aquáticos. Esse trabalho propõe realizar um diagnóstico regional das estradas como potencial fator de pressão sobre conservação de rios, através de três indicadores mensuráveis em escala de paisagem: densidade de estradas na paisagem, densidade de estradas na zona ripária e densidade de cruzamentos entre estradas e rios. As análises foram realizadas através de Sistema de Informação Geográfica (SIG), em uma área de 281.189 km² (Estado do Rio Grande do Sul). A área foi dividida em 5360 hexágonos (paisagens) de 50 km². O primeiro indicador, densidade de estradas, foi medido como o somatório de comprimentos de todos os segmentos de estrada em cada hexágono, dividido pela área do hexágono (km/km²); o segundo indicador, a densidade de estradas na zona ripária, foi medido como o somatório do comprimento de todos os segmentos de estrada na zona ripária, dividido pela área de zona ripária em cada hexágono (km/km²). A zona ripária foi definida como um buffer de 100 m em ambos os lados dos segmentos de rio. O terceiro indicador de pressão de estradas foi a densidade de cruzamentos entre estradas e rios, calculada como o número de cruzamentos estrada-rio dividido pelo somatório do comprimento de todos os segmentos de rios em cada hexágono (n° de cruzamentos/km de rio). Foram definidas cinco classes de pressão, com limiares de classe apoiados na literatura: nenhuma pressão (0 km/km²), baixa (de 0 a 0,5 km/km²), intermediária (de 0,5 a 1,5 km/km²), alta (de 1,5 a 4 km/km²) e muito alta (mais de 4 km/km²). A pressão de estradas foi avaliada considerando sete subunidades regionais representando a combinação de dois biomas (Pampa e Mata Atlântica) e quatro ecorregiões aquáticas (Baixo Uruguai, Alto Uruguai, Laguna dos Patos e Tramandaí-Mampituba) encontradas na área de estudo. Ao todo, 65,7% dos hexágonos foram classificados como pressionados (pressão intermediária a muito alta) pelo indicador densidade de estradas, já o indicador densidade de estradas na zona ripária possui 38,8% dos hexágonos classificados como pressionados, a densidade de cruzamentos possui 76,3% dos hexágonos pressionados. Os três indicadores podem ser analisados de forma independente para avaliar diferentes aspectos da pressão de estradas sobre riachos, e podem ser utilizados conjuntamente para compor um indicador global de pressão de estradas. Os resultados gerais da avaliação regional mostraram que a pressão de estradas sobre riachos é ampla geograficamente e relativamente severa, pois quando analisamos o mapa de pressão total (soma dos três indicadores de pressão), vemos que 74% da área de estudo está pressionada por estradas indicando ser este um problema potencialmente relevante do ponto de vista ambiental.