Disseminação do HIV-1 subtipo B nas Américas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Junqueira, Dennis Maletich
Orientador(a): Prolla, Patrícia Ashton
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/69709
Resumo: A infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) foi largamente disseminada pela população humana a partir da década de 80. Diversos estudos retrocedem o surgimento da epidemia do HIV a vírus infectantes de símios africanos de vida livre e ao conseqüente contato entre estas espécies e humanos. As rápidas taxas evolutivas e a associação às inter-relações humanas foram suficientes para a disseminação e a diversificação das formas virais. Desta forma, a expansão do HIV-1 pelo mundo estabeleceu uma pandemia formada por diferentes variantes virais. O subtipo B foi a primeira forma detectada do vírus e atualmente está presente em um grande número de países, sendo responsável por aproximadamente 10% das infecções por HIV no mundo todo. Fora da África, o subtipo B emergiu na região do Caribe, se disseminou pelos países vizinhos e atingiu os Estados Unidos, onde estabeleceu a pandemia. O traçado geográfico das rotas de disseminação nas Américas a partir do Haiti é, até o momento, difuso ou ausente. O presente trabalho visa investigar a história evolutiva do subtipo B nas Américas e, através de filogenias e análises estatísticas, examinar o papel da América do Sul no estabelecimento da epidemia. Os resultados obtidos sugerem uma participação primária das populações da América do Sul na disseminação do subtipo B. A estruturação populacional e as filogenias corroboram uma ligação epidemiológica importante entre os países do Caribe e os da América do Sul, visto que um clado agrupando isolados sul-americanos emerge diretamente do clado caribenho. Além deste, um grande grupo, formado por sequências das três Américas, denominado cluster pandêmico, compartilha um ancestral comum com o clado da América do Sul. Possíveis explicações para estes resultados envolvem a co-dispersão para as Américas a partir do Caribe e também a intermediação da América do Sul entre o Caribe e os Estados Unidos no estabelecimento da pandemia. Dados históricos de migrações populacionais a partir do Caribe reforçam estes cenários. Os dados apresentados revelam uma nova perspectiva a respeito da epidemia do HIV-1 subtipo B. Além disso, destacam a utilidade de uma abordagem populacional para o entendimento da dispersão da epidemia, contribuindo para a avaliação entre a diversidade viral e a movimentação de populações humanas.