Conflito, governo e política no generalato de Munio de Zamora da ordem dos pregadores (1285-1291)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Fleck, Luiz Otávio Carneiro
Orientador(a): Teixeira, Igor Salomão
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/179429
Resumo: O objetivo desta dissertação é analisar o governo de Munio de Zamora, que exerceu o cargo de mestre geral da Ordem dos Pregadores entre 1285 e 1291. Nossa reflexão está apoiada em dois tipos de documentação: atas dos Capítulos Gerais e cartas do mestre geral, priores provinciais e dos papas Honório IV e Nicolau IV. Para a análise das atas propomos as seguintes questões: Qual era a situação institucional da Ordem no final do século XIII? Há um contexto de crise interna? Quais eram os problemas mais urgentes que os dirigentes buscavam sanar? A leitura das cartas é guiada pelos seguintes questionamentos: É possível identificar um projeto político de Munio para a Ordem dos Pregadores para fazer frente ao contexto de conflitos internos e externos? Que fatores podem ter levado e possibilitado a deposição do mestre geral? Como estavam as relações da Ordem dos Pregadores com o papado, clero secular, frades Menores e outros atores externos à Ordem? A metodologia consistiu em uma análise do conteúdo das atas e a concomitância das epístolas. Essa documentação foi lida a partir de suas dimensões políticas, isto é, como tentativas institucionais de resolução de conflitos. O acompanhamento, ano a ano, do conteúdo das atas dos Capítulos Gerais proporcionou a aproximação ao contexto legislativo da Ordem. A compreensão deste contexto legislativo foi ampliado com a leitura das cartas. A dissertação está dividida em três capítulos. O capítulo 1 é dedicado à revisão de bibliografia. No capítulo 2 é construída uma narrativa sobre o governo de Munio de Zamora a partir das atas dos Capítulos Gerais. No capítulo 3 passamos à leitura das cartas relacionando-as com a análise sobre as atas. A hipótese para a deposição do mestre geral e suas consequências para a Ordem consiste em: o governo de Munio de Zamora pode ser considerado como um período de instabilidade institucional para a Ordem dos Pregadores. Esta instabilidade foi agravada, em 1291, com a deposição do mestre geral por Nicolau IV. Detratores da fama pública da Ordem deslegitimavam a atuação dos Pregadores nas dioceses. O cenário era de conflitos internos entre grupos de interesse formados por Pregadores e de conflitos externos com o clero secular e outros mendicantes. A instabilidade institucional vinha da dificuldade dos frades dirigentes de resolverem problemas estruturais originados nos primeiros anos da Ordem e agravados ao final do século XIII.