Financiamentos coletivos online : uma perspectiva antropológica sobre projetos e empreendedores

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Chiesa, Carolina Dalla
Orientador(a): Damo, Arlei Sander
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/172939
Resumo: O presente trabalho versa sobre as narrativas e justificativas relativas ao processo de criação de um mercado de financiamentos coletivos no Brasil a partir de diversos interlocutores: criadores de projetos, criadores de websites e a partir da literatura acadêmica mais comum sobre o tema. Busca-se retratar e discutir a criação deste mercado a partir do estabelecimento de um passado e de uma pedagogia, típicas dos circuitos de consumo relativos ao fenômeno dos crowdfunding, de modo a circunscrever o que meus interlocutores chamam de “cultura do financiamento coletivo”. Este mercado constitui-se em um duplo processo de afastamento e aproximação entre plataformas como forma de delimitar moralmente o que “deve”, ou não, ser este fenômeno. Tal processo revela a emergência de controvérsias, agenciamentos e, principalmente, de sujeitos como “empreendedores” que buscam “fazer a diferença” a partir de projetos e plataformas de financiamento coletivo. No limite, os financiamentos coletivos alinham-se à elaboração de justificativas críticas sobre o papel do Estado e de empresas na constituição dos mercados, ainda que reiterem práticas comuns no campo empresarial, como a manipulação publicitária e a tentativa de criação de vínculos – ou attachments – com o público alvo. Assim, doação e pré-compra confundem-se, bem como as motivações para criação de projetos de financiamento coletivo. Teoricamente, este trabalho sustenta-se nas digressões da Sociologia Pragmática de Luc Boltanski e da compreensão sobre mercados oriunda da Sociologia e Antropologia, principalmente inspirada nos escritos de Michel Callon e Jens Beckert. Busca-se contribuir para o campo da Antropologia a partir da discussão sobre o processo de criação de mercados a partir dos sujeitos que dele fazem parte e de suas narrativas.