Efeito in vitro da cistina e da cisteamina sobre a atividade da creatinaquinase de retina de porcos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2004
Autor(a) principal: Oliveira, Paulo Ricardo Pereira de
Orientador(a): Wannmacher, Clovis Milton Duval
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/267523
Resumo: A cistinose clássica é um erro inato do metabolismo caracterizado pelo acúmulo de L-cistina sob forma de cristais livres nos lisossomos dos tecidos dos pacientes afetados. Os pacientes com este distúrbio poderão apresentar prejuízo progressivo da função renal, necessitando de diálise ou transplante renal antes dos 12 anos de idade por falência funcional. A essas alterações, somam-se o retardo no crescimento, raquitismo, diabete melito e um acometimento ocular principalmente nas córneas e retinas, com depósitos de cristais estromais e uma degeneração retiniana relacionada ao acúmulo direto ou indireto de cistina, além de modificações metabólicas na síntese de ATP. Tradicionalmente, a cistinose poderá se apresentar sob três formas: uma infantil ou forma clássica, de evolução mais rápida e com comprometimento mais intenso da função renal (síndrome de Fanconi), óssea e ocular, uma forma intermediária ou juvenil, e uma forma mais tardia de manifestação ou variante adulta. O núcleo desse erro metabólico pode ser entendido como causado por mutações no gene CTNS, codificador da síntese da proteína cistinosina, principal transportadora translisossômica da cistina para fora da organela. A cistina presente nos tecidos é decorrente da oxidação direta de duas moléculas de cisteína. A cisteína por sua vez é precursora de síntese protéica e produto de hidrólise de proteínas simultaneamente e, obtida a partir de um aminoácido essencial, a metionina. O acúmulo progressivo de cistina em tecidos tais como os rins, o coração e a retina, tem suscitado questões comuns sobre como o funcionamento da creatinaquinase (CK) e a bomba de fosfocreatina operam e como a disponibilidade de ATP sob estas circunstâncias se mantém. Clinicamente, considera-se que o tratamento para a cistinose inclui administração oral ou tópica de cisteamina. O principal objetivo deste trabalho foi avaliar in vitro a atividade da creatinaquinase na retina de porcos adultos na presença de diferentes concentrações de cistina e em diferentes tempos de pré-incubação, na presença ou não de cisteamina. Nossos resultados demonstraram que a presença da cistina mostrou uma inibição significativa da atividade da CK nas retinas dos animais, dependente do tempo de pré-incubação e da concentração de cistina. A cisteamina foi capaz de prevenir e reverter o efeito inibitório desencadeados pela cistina sobre a enzima. Se estes efeitos ocorrerem na retina dos pacientes cistinóticos, é possível que a inibição da atividade da CK constitua-se num dos mecanismos de toxicidade da cistina, e que um dos mecanismos de ação da cisteamina seja a prevenção e reversão desta inibição.