Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Müller, Luiza |
Orientador(a): |
Silva, Alexandre Rocha da |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Palavras-chave em Inglês: |
|
Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/194887
|
Resumo: |
Esta dissertação apresenta uma investigação acerca do véu islâmico e dos variados sentidos a ele atribuídos ao longo da história, além de problematizar o papel desses sentidos no engendramento de determinadas identidades femininas. Isso se dá através da revisão de pesquisas sobre o assunto e da análise de discursos que emergem do movimento iraniano My Stealthy Freedom que, por meio de uma página de Facebook, manifesta-se contra a lei do uso compulsório do véu no Irã desde maio de 2014. Protagonizados por mulheres, os protestos consistem no compartilhamento de autorretratos e vídeos que as ativistas fazem de si mesmas sem o hijab, muitas em espaços públicos do país. A partir disso, o trabalho tem por objetivo apontar, descrever e tensionar, utilizando-se de aspectos da Arqueogenealogia de Michel Foucault (1995; 1985), os discursos a respeito do véu que atravessam e são propagados pelo movimento em suas manifestações online. Para instrumentalizar essa pesquisa, tomamos o gênero enquanto categoria de análise, conforme preceitua Joan Scott (1995), em vistas a desorganizar uma certa ideia de fixidade das convenções sociais. A partir disso, evidenciamos em nossas análises os enunciados reitores a respeito da liberdade individual e mesmo o foco no hijab como temática central de My Stealthy Freedom, enquanto estratégia (potencialmente não intencional) de hackeamento do algoritmo do Facebook, escrito, ele mesmo, a partir de valores ocidentais. Este trabalho, portanto, promove reflexões acerca do véu como meio (uma tecnologia que expressa códigos culturais) e também debate o desenvolvimento de um movimento social que deseja o fim da obrigatoriedade do hijab (por isso, trava uma luta em um campo disciplinar, pois deseja mudar leis), mas que é possivelmente capturado por uma outra tecnologia, não disciplinar, mas de controle – o Facebook que, por sua vez, também é regido por seus próprios códigos. |