Estimativa de déficits e excessos hídricos em regiões de clima úmido através de diferentes modelos de balanço hídrico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1993
Autor(a) principal: Almeida, Jane Pieruccini de
Orientador(a): Lanna, Antônio Eduardo Leão
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/234088
Resumo: O presente trabalho teve como objetivo comparar as estimativas dos déficits e excessos hídricos, para regiões de clima úmido, através de modelos de balanço hídrico que se diferenciam pela modelagem da extração de umidade (teoria de Viehmeyer & Hendrickson e teoria de Thornthwaite & Mather), pela forma de cálculo (seriado e não seriado), pela base temporal (mensal e diário) e pela entrada de chuva (chuva total e chuva efetiva). Neste estudo foram utilizados dados climatológicos de quatro regiões do Sul do Brasil que apresentam clima úmido sendo que, em duas dessas regiões, Mateus Leme (MG) e Xavantina (MT), as estações seca e úmida são bem definidas, e nas outras duas regiões, São Borja (RS) e Araranguá (SC), a chuva apresenta uma boa distribuição sazonal, mas não suficiente para atender a demanda evaporativa da atmosfera em alguns períodos. Nas quatro regiões estudadas, tanto os déficits quanto os excessos, foram subestimados pelo balanço mensal se comparado ao diário, pelo balanço não seriado se comparado ao seriado, e pelo balanço que modela a extração de umidade através da teoria de Viehmeyer & Hendrickson se comparado à teoria de Thornthwaite & Mather. Quando utilizado em regiões com grande potencial de geração de escoamento superficial, o modelo com chuva total, se comparado ao com chuva efetiva, apresenta uma pequena subestimativa dos déficits mas uma significante superestimativa da percolação. Neste estudo comparativo, a região que apresentou as maiores diferenças nas estimativas tanto dos déficits quanto dos excessos hídricos, foi a região de São Borja (RS), por possuir alta demanda evaporativa (1454mm) e grande precipitação (1902mm), com boa distribuição sazonal mas com acentuada variação interanual e má distribuição dentro do mês (chuvas intensas isoladas ou concentradas em vários dias consecutivos). Conclui-se que, em regiões úmidas que possuam estas características, é imperativo o uso de um balanço hídrico seriado diário com chuva efetiva, quando do planejamento, projeto e operação dos recursos hídricos para fins agrícolas. Para comprovar os resultados obtidos neste trabalho, foi feita a validação do modelo seriado diário com chuva efetiva, através de dados de umidade do solo medidos por sonda de nêutrons em dois experimentos de campo. O experimento desenvolvido em Cachoeirinha (RS), propiciou a validação do modelo em um Planossolo Vacacaí, através da análise da umidade do solo durante o período de cultivo da soja no ano agrícola 78/79, apresentando um coeficiente de correlação de 0,957. O experimento desenvolvido em Brotas (SP), propiciou a validação do modelo em um solo arenoso coberto com mata nativa, através da análise da umidade do solo durante um período de dois anos, apresentando um coeficiente de correlação de 0,783.