Drosophila melanogaster como modelo para estudo das infecções causadas por Acanthamoeba spp.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Furasté, Marina Eichenberg
Orientador(a): Zanette, Regis Adriel
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/255916
Resumo: Amebas do gênero Acanthamoeba estão entre os protozoários ambientais mais prevalentes, podendo atuar como patógenos oportunistas ou não-oportunistas. Ceratite amebiana é a forma mais comum em indivíduos imunocompetentes, sobre a qual o tratamento não está bem definido, limitando o sucesso terapêutico. A moscadas- frutas Drosophila melanogaster tem sido utilizada com sucesso para estudos de resposta imune do hospedeiro, de fatores de virulência de patógenos e eficácia de compostos antimicrobianos. Assim, este trabalho objetivou propor um novo modelo para estudo da virulência e terapêutica frente a infecção por Acanthamoeba spp. através do uso de mosca-das-frutas como um método alternativo aos modelos animais convencionais. Foram realizados três ensaios independentes com moscas de linhagens wild-type (WT) e Toll-deficientes, inoculadas através do alimento e via punção traumática na região do tórax. A amostra de Acanthamoeba spp. utilizada foi de isolado clínico (genótipo T4) e com uma concentração de 10⁶ trofozoítos/ml. Diariamente, por sete dias, registrou-se a mortalidade e coleta das moscas mortas. Foram realizados plaqueamento em ágar não nutriente para verificar a presença de células viáveis das amebas e cortes histológicos para confirmação da infecção. As taxas de mortalidade não foram significativas (p> 0,05) na inoculação pela via oral, com valores de 18% para as moscas WT e 8% para as Toll-deficientes. Já na via por punção as drosófilas sucumbiram à infecção (p < 0,001), onde as moscas do grupo WT apresentaram uma taxa de mortalidade mais elevada, em torno de 48%, enquanto no grupo Toll-deficiente este valor ficou em aproximadamente 35%. No cultivo em ágar os grupos da via oral não apresentaram crescimento relevante, sendo quase nulos, enquanto na via por punção obteve-se a recuperação de trofozoítos, tanto no grupo WT quanto no grupo Toll-deficiente. A análise histológica permitiu a observação de trofozoítos em diversas regiões do corpo da mosca, tanto do grupo Toll, quanto do grupo WT, fato não verificado em lâminas com moscas dos grupos controle. D. melanogaster se mostrou suscetível à infecção por amebas do gênero Acanthamoeba, apresentando-se como um modelo promissor.