Avaliação dos impactos ambientais da produção de bovinos de corte no sul do Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Dick, Milene
Orientador(a): Dewes, Homero
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/72789
Resumo: O crescimento da consciência ecológica ocasionado por problemas ambientais evidenciados nas últimas décadas tem direcionado esforços no sentido de repensar práticas e posturas a fim de minimizar os impactos das atividades humanas no planeta. Termos como sustentabilidade, têm sido recorrentes nas definições de rumos e possibilidades que orientam a adoção de práticas produtivas em diferentes níveis da sociedade. A importância de setor primário potencializa as cobranças quanto aos impactos ambientais das suas diferentes produções, particularmente no que tange à criação de ruminantes na realidade atual das mudanças climáticas. Neste contexto, o presente trabalho buscou colaborar de diferentes formas para um maior conhecimento dos impactos dos sistemas pastoris de produção bovina característicos do Sul do Brasil sobre o meio ambiente. (1) Inicialmente foram descritas as principais ferramentas utilizadas em estudos de sustentabilidade, com vistas à determinação de sua aplicabilidade na avaliação dos ditos sistemas pecuários. São apontados conceitos e peculiaridades a serem considerados e propostas sugestões no que se refere ao uso das mesmas em avaliações de sistemas de criação em pastagens. (2) No primeiro estudo foram avaliados os impactos ambientais de dois sistemas de produção bovina típicos da Região Sul do Brasil (sistema extensivo ou cenário base e sistema melhorado), através da Avaliação do Ciclo de Vida. Mais precisamente, buscou-se: caracterizar seus impactos em termos de: aquecimento global, uso da terra, depleção das águas, de minerais e de combustíveis fósseis, acidificação terrestre e eutrofização das águas. Valores de emissões de gases de efeito estufa (GEE) e de uso da terra, de 22,5 kg de CO2 eq. e 234,78 m2a por kg de ganho de peso vivo, caracterizam o cenário-base. (3) No segundo estudo foram avaliados os impactos da aplicação de diferentes práticas melhoradoras no cenário-base sobre o balanço de GEE e demais aspectos ambientais relacionados à problemática do aquecimento global. Essas alterações incluíram no curto prazo: a introdução de gramíneas hibernais e estivais; introdução de leguminosas em substituição ao uso de fertilizantes nitrogenados; incrementos da taxa de desmame; intensificação do uso das pastagens e; aumento da taxa de descarte anual. Também foram considerados os efeitos do pastejo sobre os estoques de carbono do solo e a estabilização dos mesmos, numa perspectiva de médio e longo prazo. A diversidade dos resultados obtidos fornece subsídios para um maior entendimento das singularidades regionais, necessário para a proposição de alternativas de mitigação. Os diferentes cenários propostos demonstram diferentes possibilidades de mitigação dos efeitos destes sistemas produtivos sobre o ambiente, observando-se reduções de mais de 20 vezes das emissões de GEE e valores sete vezes menores de uso da terra. Os resultados obtidos são discutidos em função: de características climáticas e culturais da região que facilitam a obtenção de performances ambientais favoráveis e; da importância da dinâmica do carbono na biomassa aérea e radicular das plantas como elemento definidor da contribuição de sistemas pastoris de produção para a problemática do clima, bem como, para a questão ambiental em seu sentido amplo.