A metodologia da problematização como estratégia pedagógica para o desenvolvimento profissional docente em educação para a sexualidade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Barbosa, Luciana Uchôa
Orientador(a): Folmer, Vanderlei
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/210528
Resumo: A Metodologia da Problematização (MP) tem sido muito usada em pesquisas da área da saúde e educação. É considerada uma estratégia pedagógica inovadora, de ensino e de aprendizagem, que favorece a formação de um profissional mais crítico e com mais habilidades para enxergar os problemas e solucioná-los. Nos últinos anos, o conceito de desenvolvimento profissional docente (DPD) tem se modificado, essa mudança justifica-se porque o DPD tem sido considerado como algo mais amplo no processo ensino – aprendizagem. Compreende-se como um momento em que o professor passa a construir novos conhecimentos e competências para melhorar sua prática docente, alinhando-se aos propósitos da educação de qualidade. Em relação a educação para a sexualidade é necessário reforçar que não consiste em apenas prevenir gravidez e infecções sexualmente transmissíveis, mas abrange diversos componentes, tais como a dimensão ética, cultural e psicológica, fundamentais para a saúde e bem-estar da pessoa. Entretanto, para que esta temática seja também implementada no contexto escolar, com abordagem que considere suas dimensões e que atenda às necessidades dos adolescentes, é necessário que os professores estejam devidamente preparados para assumirem tal responsabilidade. Assim, garantir um espaço de discussão e formação desses profissionais deve ser estimulado, podendo ter como estratégia pedagógica a Metodologia da Problematização (MP). Considerando a relevância do tema e o fato de ainda existirem lacunas na formação docente em relação à educação para a sexualidade, este estudo teve como objetivo principal avaliar a MP com o arco de Maguerez no DPD em educação para a sexualidade. Para isso, foi realizada uma pesquisa exploratória e descritiva com abordagem qualitativa. O percurso metodológico transcorreu em 3 etapas. Na primeira etapa, foi realizada uma análise documental com perfil de pesquisa bibliográfica dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), o Plano Nacional de Educação (PNE) e a Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Na segunda etapa, docentes que atuam no ensino fundamental nos anos finais (6º ao 9º ano) de uma escola no interior de Pernambuco responderam a um questionário com indagações sobre o desenvolvimento de educação para a sexualidade na escola, como são essas abordagem e quais as facilidades e dificuldades encontradas. Na terceira etapa, foi ofertado desenvolvimento profissional docente, tendo como temática a educação para a sexualidade no espaço escolar. Essa atividade foi desenvolvida utilizando a MP com o arco de Maguerez. Em seguida, buscouse identificar, por meio de outro questionário, as possíveis contribuições da MP para a prática docente. Na pesquisa documental, observou-se que nos últimos anos, os documentos oficiais que norteiam as políticas educacionais no Brasil, vêm sofrendo um mecanismo de interdição e silenciamento para controlar e regular a temática sexualidade na escola, refutando o direito à informação. Quanto ao desenvolvimento e abordagem da educação para a sexualidade na escola,foi possível constatar que o tema na escola pesquisada não está consolidada e não envolve todos os docentes, ficando a responsabilidade desta prática para o professor de Ciências. Os resultados também demonstraram que a abordagem ocorre de maneira frágil, direcionada para os aspectos preventivos e biologizados e com certo receio por parte dos professores. De acordo com os professores pesquisados, o tema educação para a sexualidade é muito atrativo aos escolares, o interesse no assunto decorre da curiosidade e dúvidas, facilitando a prática docente. Relacionado às dificuldades, os professores apontaram que a falta de uma formação é considerada um empecilho na implementação da educação para a sexualidade, tornando-os desmotivados e inseguros. Os pais também foram apontados como um dos principais fatores que dificultam o desenvolvimento do tema na escola. Constatou-se que por meio da MP foi possível inovar na proposta de formação docente, rompendo com os modelos tradicionais. Possibilitou que os professores explorassem a realidade e elencassem de maneira coletiva e participativa os problemas relacionados à educação para a sexualidade na escola, gerando reflexão sobre os aspectos éticos e atitudinais no contexto do fazer pedagógico acerca do tema. Verificou-se que a MP contribuiu para a construção de novos conhecimentos sobre a temática de maneira significativa, proporcionando segurança e maior autonomia aos professores para abordarem o tema sexualidade em sala de aula. Revelou-se ainda ser eficaz na aproximação e interação entre os familiares e a escola para discussão e reflexão acerca da importância e necessidade do tema em ambos os contextos. A MP também favoreceu que os professores e os familiares compartilhassem os problemas, experiências e êxitos relacionados ao diálogo e ensino sobre sexualidade junto aos filhos e escolares. Também permitiu que os professores conhecessem como os pais lidam com a educação para a sexualidade no convívio familiar e o que pensam sobre a escola abordar o tema na sala de aula. Com isso, permitiu aos professores motivação e empoderamento para sua implementação em sala de aula. Diante do exposto, fica a proposta de utilizar a MP com o arco de Maguerez como estratégia pedagógica para o desenvolvimento profissional docente em educação para a sexualidade. Considerando que se trata de um tema pertinente, sugere-se que novas pesquisas sejam realizadas envolvendo os adultos de referência (pais, professores e profissionais de saúde), também utilizando a MP.