Perfil de atendimentos e tempo de permanência em um pronto atendimento na cidade de Porto Alegre durante o período de 2017 a 2020

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Stédile, Maurício Almeida
Orientador(a): Martins, Aline Blaya
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/289594
Resumo: Introdução: As emergências apresentam como característica central o estado crônico de superlotação, decorrendo em aumento de morbimortalidade e desgaste físico e mental da equipe assistencial. Em sua gênese principal se destaca as dificuldades para saída do paciente com necessidade de seguimento terapêutico, sendo que o tempo de permanência máximo aceitável é de 24 horas. Objetivos: Analisar as associações entre o perfil do paciente atendido e a permanência superior há 24 horas em um pronto-socorro na cidade de Porto Alegre, no período de 2017 a 2020. Métodos: Foi realizado estudo de coorte retrospectiva de pacientes atendidos em um pronto-socorro na cidade de Porto Alegre, no período de 2017 a 2020, tendo como desfecho tempo de permanência superior a 24 horas. A fonte de dados foi o Sistema de Internação Hospitalar (SIHO). Foram incluídos todos os atendimentos, exceto os de pacientes menores de 13 anos, atendimentos direcionados para odontologia, saúde mental, ortopedia e pediatria. Realizou-se análise bi e multivariável por meio de Regressão de Poisson com variância robusta, utilizando-se como medida de associação final o Risco Relativo ajustado (RRa). Resultados: Dos 290.009 casos analisados, 164.729 (56,8%) eram do sexo feminino. A raça/cor autodeclarada branca foi a mais frequente com 197.673 (68,2%), classificados como verde foram 200.715 (69,2%), o acesso via demanda espontânea foi de 275.912 (95%). A permanência superior a 24 horas foi de 14.889 (5,1%) registros e o número de óbitos totais do período foi de 342 pacientes. A análise multivariada ajustada mostrou que pertencer ao grupo etário idoso (RRa = 1,103; IC95% 1,065 - 1,143; p < 0,001), ter sido classificado como homens (RRa = 1,335; IC95% 1,294 - 1,376; p < 0,001), trazido pelo SAMU (RRa= 3,462; IC95% 3,287 - 3,645; p < 0,001) e classificado como urgentes (RRa= 2,637; IC95% 2,510 - 2,771; p < 0,001), configuraram-se como fatores associados ao tempo de permanência superior a 24 horas. Discussão: Pacientes mais complexos, com necessidade de internação, deveriam permanecer menos tempo em unidades de pronto-atendimentos por não serem estruturadas para este cuidado. Considerações finais: O estudo demonstrou média de permanência de pacientes complexos superior ao esperado, configurando estado crônico de superlotação. Aplicabilidade no campo da Saúde Coletiva: Desenvolver mecanismos objetivos para reconhecimento e encaminhamento precoce do paciente crítico conforme recomendações para proteção à vida.